DB Multiverse

Dragon Ball Multiverse, o romance

Escrito por Loïc Solaris & Arctika

Adaptado por Virgílio212, Rafael & comunidade

Com muito mais detalhes, redescubra a história de DBM. Esta romantização é verificada por Salagir, ela também contém adições próprias, que não foram contadas no mangá, por isso é um verdadeiro anexo da HQ!

Este comic está em pausa. A continuação virá em breve...

Intro

Parte 0 :0
Parte 1 :12345

Round 1-1

Parte 2 :678910
Parte 3 :1112131415
Parte 4 :1617181920
Parte 5 :2122232425
Parte 6 :2627282930

Lunch

Parte 7 :3132333435

Round 1-2

Parte 8 :3637383940
Parte 9 :4142434445
Parte 10 :4647484950
Parte 11 :5152535455
Parte 12 :5657585960
Parte 13 :6162636465
Parte 14 :6667686970

Night 1

Parte 15 :7172737475
Parte 16 :7677787980
Parte 17 :8182838485
Parte 18 :8687888990

Round 2-1

Parte 19 :9192939495
Parte 20 :96979899100

Round 2-2

Parte 21 :101102103104105
Parte 22 :106107108109110
Parte 23 :111112113114115

Night 2

Parte 24 :116117118119120

Round 3

Parte 25 :121122123124125
[Chapter Cover]
Parte 23, Capítulo 114.

Capítulo 114

Traduzido por Virgílio212


— A última luta da segunda rodada está prestes a começar. — anunciou um dos vargas presentes na sala de controle. — Convocamos Gast Carcolh do Universo 7 e o Grande Rei Demônio Piccolo do Universo 3!

— Finalmente! Já era hora! — o último resmungou, de braços cruzados. — Este velho tomou seu precioso tempo.

Raichi, que havia retornado ao seu espaço, ouviu o comentário do namekuseijin e ficou visivelmente incomodado. Não foi uma luta fácil, ele realmente teve grandes dificuldades com esse maldito saiyajin, e ouvir alguém criticá-lo após tudo o irritou um pouco. De qualquer forma, seu próximo oponente seria um dos dois namekuseijins que lutariam agora, mas, agora que ele está analisando melhor, talvez se a sorte sorrir para si, ele pode pegar o mais sensato deles...

Os namekuseijins voaram em direção à superfície do ringue, pousando a poucos metros de distância um do outro. Ambos examinaram-se, sem fazer nenhum movimento inicialmente. Nenhum dos dois parecia estar sendo afetado pela poderosa gravidade, algo que os dois Piccolo, dos Universos 16 e 18, fizeram uma nota mental com curiosidade. Esta versão de Piccolo Daimaoh era infinitamente mais forte que a encarnação que deu-lhe vida, e, ainda assim, ela não aparentava nenhuma diferença de sua versão daquela época, quando ele e Kami-sama se separaram pela primeira vez. Sem tirar os olhos do oponente, Gast disse em voz profunda:

— O "Grande Rei Demônio"? Você não poderia encontrar um nome mais pretensioso?

— ... Isso está vindo daquele que brande o nome de uma divindade namekuseijin? — Piccolo respondeu, zombando-lhe. — Você quer comparar qual de nós dois é mais arrogante, talvez?

— Não brinque com isso. — respondeu Gast, intensificando a seriedade de seu olhar. — Estou ciente de que você não sabe nada sobre os namekuseijins. Você não conhece nossos costumes, nossos ritos ou nosso povo. Sem suas antigas memórias, tudo o que lhe resta são os atos malignos cometidos por aqueles com quem você conviveu; você foi moldado por estes e agora pensa que é um demônio. Chega de fingir; você não sabe nada sobre nós.

Piccolo expôs um sorriso zombeteiro; afinal, ele sabia que seu oponente não estava incorreto quanto a isso. Tudo o que ele sabia sobre sua própria espécie veio das diversas conversas que teve com os namekuseijins organizadores quando estes foram à Terra buscando por ele, bem como das conversas que pôde ouvir pela arena nos últimos dias. Foi assim que ele entendeu o significado do nome de seu oponente, algo que despertou pouco interesse nele em relação ao que era e ao porque deste.

— Você tem toda a razão; eu não sou um namekuseijin! — exclamou Piccolo. — Eu sou o mal supremo, a escuridão da existência, seu oposto! E, como tal, sou superior a você em todos os sentidos; permita-me lhe provar!

— Claro, claro... Você é um amnésico, um namekuseijin corrompido pelo mal, tenho certeza... Mas, isso à parte, sua força é insignificante para mim; essa luta não será interessante...

— ... Insignificante? — Piccolo respondeu, erguendo os antebraços. — Você parece estar bem confiante disso, mas... Eu não teria tanta certeza!

A liberação de sua energia causou tremores por toda a superfície do ringue; pedras se ergueram e partiram-se aos montes em múltiplos focos de poeira. A natureza de seu poder causou reações em boa parte dos lutadores na arena, assim como em ambos os Piccolos.

— Sou eu! — comentou o do Universo 18, uma gota de suor escorrendo de sua testa. — Mas como?

— Hum? Quem é você? — Goku perguntou, confuso.

— Esse Piccolo Daimaoh não é apenas minha metade maligna. Ele também se fundiu com Kami-sama! Ele está completo, assim como eu me tornei quando enfrentei #17 e Cell em sua primeira forma; ele está totalmente completo!

De volta ao ringue, Gast nem ao menos pestanejou. A verdade era que o poder que esse Piccolo Daimaoh possuía era de fato impressionante, principalmente considerando outros exemplos de namekuseijins pertencentes do mesmo clã guerreiro; mas, como um todo, aquilo não era o suficiente para atrair a atenção de seus olhos que, aos poucos, fecharam-se, seguido de um suspiro. Pelo menos aquilo conseguiria distraí-lo um pouco antes que, eventualmente, mostrasse-lhe o que realmente era ser poderoso, exibindo o poder da encarnação de todo o seu povo em um único ser. Ao ver sua ausência de reação, Piccolo cerrou os dentes e lançou um ataque direto contra a autodenominada divindade que zombava dele. Com velocidade sobre-humana, seguiu-se para desferir vários golpes diretos contra o rosto do grande namekuseijin que, erguendo os braços com uma velocidade superior à de seu adversário, bloqueou cada uma das tentativas de ataque deste. Mantendo a sequência de golpes com sua grande velocidade, encadeou joelhadas, chutes e socos, que, apesar de poderosos em seu próprio mérito, não foram capazes sequer de desestabilizar seu adversário, que se contentava apenas em bloquear cada um dos seus ataques com uma expressão indiferente, o que irritou-o ao ponto de sua raiva manifestar-se através de um raio de energia de sua boca, voltando contra contra a cabeça de Gast, que desviou inclinando-se para a esquerda sem tirar seus pés da arena, a energia atingindo o escudo que ressoou alto com o impacto deste. Aproveitando a janela de oportunidade, Gast ergueu-se no ar quase que paralelo ao chão e cravou seu braço direito contra a superfície do ringue, utilizando-se de suas pernas para chutar violentamente o amnésico namekuseijin, que caiu contra o chão alguns metros adiante por conta do ataque. Piccolo se levantou com uma expressão assassina em seu rosto e, mais uma vez, se jogou contra Gast, que já o esperava. No Universo 18, os dois ex-rivais observaram a luta, surpresos:

— O que você acha, ele teria prendido Kami-sama? Subjugando-o e forçando-lhe a se fundir?

— Não. — respondeu um Piccolo trêmulo. — O processo de assimilação exige total consentimento para funcionar plenamente. Quando Nail e Kami-sama fizeram isso por mim, eu só tive que tocá-los e esperar que se tornassem parte de mim. Não sei como e nem o porquê, mas a parte má de quem eu era está no comando! Acredito que Kami-sama, não podendo fazer nada diretamente contra ele e sem mais ninguém que pudesse se opor à ameaça que ele representava, pensou que bastava se deixar absorver, agarrando-se à esperança de que ao voltarem a se tornar um único ser, seus pensamentos positivos voltassem a ter o controle — como era antes da primeira separação. Mas, no fim, ainda dependeria da vontade de Kami-sama de sobrepor a da sua metade; e sua personalidade maligna, como podemos ver, provou-se a mais forte!

Piccolo Daimaoh, graças à audição altamente desenvolvida característica dos namekuseijins, ouviu toda a conversa de sua contraparte de outro universo e sorriu sadicamente enquanto ainda tentava atravessar a guarda desse arrogante e gigantesco namekuseijin; contudo, esse momento de desatenção foi fatal para ele, sentindo o punho de seu oponente atingir repentinamente seu rosto, quebrando seu nariz. Caindo sobre o chão por conta do golpe, viu-se incapaz de levantar inicialmente, tamanho foi o choque. Gast, observando-o tentar se recompor em vão, disse-lhe com uma voz profunda:

— Certo, reitero que você é extremamente poderoso para um simples namekuseijin, meus parabéns. No entanto, sou ainda mais especial que você. Não existe uma única chance desta luta acabar comigo de joelhos.

— Quão arrogante esse cara pode ser...? — sussurrou Vegetto, no Universo 16.

Seus companheiros de universo olharam para ele incrédulos e boquiabertos, suas mandíbulas atingindo o chão. Era o sujo falando do mal lavado!

— Quanto a ser algum tipo de mal supremo, — continuou o namekuseijin, sem levar em conta tal comentário. — você não o é. Há muitos outros seres ainda piores que você ao seu redor, basta olhar. Estamos cercados por criminosos sem os menores traços de remorso, responsáveis pessoalmente pela destruição de centenas de planetas e pela devastação de incontáveis outros, autores de genocídios inteiros contra diversas espécies em mais mundos do que você pode imaginar. Você, por outro lado... você tem florescendo dentro de si bondade e amor pelo próximo.

Piccolo não soube ao certo como reagir a tal dito. Um bom samaritano, ele? Ele, responsável por semear tanto medo e desespero durante sua vida? Ele, o demônio mais maligno que já existiu?

— Do que você está falando, seu tolo? Massacro dezenas de humanos todos os dias pelo simples prazer que isto me traz! E, para aqueles que recebem meu presente da piedade, recebem tortura em seu lugar, mato seus entes queridos, até mesmo seus filhos diante de seus olhos! Não há nem mesmo metade da população da Terra sobrando!

— Você se acha demais, mas você não é tão mau assim. — respondeu Gast, apontando para baixo do ringue. — Veja aqueles dois ciborgues lá embaixo, no Universo 14, eles massacraram toda a humanidade, não apenas metade. Eles realmente odeiam os humanos, o ódio deles é muito maior do que o ódio que você sente. Você afirma ser o mal supremo, mas não me parece que é esse o caso. Entre outras razões, quando você se fundiu com sua parte benéfica, você foi corrompido com bondade!

— O-O quê...?! — gritou Piccolo, incrédulo.

— Você ama a Terra e seus habitantes! — continuou Gast, com um sorriso nos lábios. — Bondade cresce em você... E logo ela florescerá, e você irá se converter! Você não fará mais sofrer a raça dos homens, você trabalhará em prol do bem! De demônio, você se tornará um anjo protetor e generoso para com os fracos e necessitados!

Piccolo encarou Gast, atônito. Aquilo tudo não poderia ser verdade, não... E, mesmo assim, imagens relacionadas a tais ditos tomaram conta de seus pensamentos. Nos últimos anos, situações inusitadas vinham acontecendo com ele. Ele se viu andando pelas ruínas de uma cidade pela qual ele foi responsável por sua destruição, sua atenção tomada por uma garotinha chorando em um beco escuro e em ruínas. Ele estava prestes a matá-la, seu braço já erguido em sua direção, quando ela virou seu rosto e cruzou olhares com ele. A profundidade daqueles olhos, azuis e inocentes, derramando lágrimas que davam-se em uma mistura de tristeza e desespero, desestabilizou completamente Piccolo, que permaneceu incapaz de se mover enquanto cerrava os dentes e sua mão tornava-se trêmula. Frustrado, ele cerrou o punho e voltou sua raiva contra uma parede próxima, saindo e deixando a criança sem ao menos olhar para trás. Após este evento mais vezes do que uma, ele também havia impedido suas crias demoníacas de destruir cidades insignificantes em diversas ocasiões, alegando desinteresse ou adiamento em suas destruições, mas, na verdade, nestes momentos sua mente era tomada por imagens de diversas crianças humanas que atuavam como algum tipo de bloqueio mental.

No Universo 18, Son Goku perguntou a Piccolo:

— O que você acha? Kami-sama seria capaz de influenciar sua metade maligna? Se bem me lembro, quando eu era pequeno, ele não parecia querer te enfrentar diretamente, buscando selá-lo durante o 23° Tenkaichi Budokai. Você acha que se você o tivesse absorvido naquela época, você teria se tornado bom?

— Não sei dizer. — respondeu-lhe, pensativo. — Quando absorvi Kami para me tornar um com ele, já estávamos ambos do mesmo lado, e precisávamos nos unir para combater a ameaça que Cell estava começando a ser. Se mudei tanto sozinho, foi graças a você e a Son Gohan. Para este Piccolo Daimaoh que nunca deixou de ser mau, talvez sua mudança gradativa leve anos.

Gohan, ao lado dos dois, mas um pouco mais atrás, pensava que talvez demorasse um pouco menos. Virando ligeiramente a cabeça, ele encarou as costas de Piccolo, olhando-o com um sorriso. No fundo, ele sabia que Piccolo Daimaoh também sofreria com boas mudanças.

Este último virou a cabeça para o grupo de cima do ringue ao escutar tais ditos, seus olhos arregalados. Não, não era possível, a ideia de que o bem crescia dentro dele era completamente inconcebível. Ele era a encarnação do mal, o pesadelo da humanidade!

— Calem a boca, calem a boca! — Piccolo gritou ao cair sobre o chão com raiva, criando uma enorme cratera no asteroide ao fazer, causando-lhe um tremor violento, os traços da rocha se espalhando pelo ar. — Você é maluco! Eu me controlo perfeitamente, e eu jamais farei o bem! Eu... eu sou... eu sou Piccolo!

Enquanto anunciava seu próprio nome enfurecido, ele se jogou furiosamente contra Gast, buscando acertar nem que fosse um única soco nessa suposta divindade aparentemente sem limites, apenas para, então, em um piscar de olhos, se encontrar de bruços sobre o chão. Gast, vendo a forma que seu adversário avançava contra si, imediatamente moveu-se para trás dele e, agarrando-o pela cabeça, pressionou-o contra o chão. À medida que Piccolo recobrava seus sentidos apoiado sobre o chão, Gast retomou seu discurso:

— Mas você quer, não quer? Quando você vê os humanos em perigo, desesperados, você sente vontade de protegê-los... de salvá-los! Não reprima esses sentimentos, pare de lutar! Deixe-se ser tomado pela empatia, bondade e pelo amor!

— Não, não! — exclamou Piccolo, segurando a cabeça entre as mãos, tentando ao máximo não ouvir as palavras sujas que, apesar de tudo, obtiveram sucesso em adentrar sua mente e sua consciência. Gast ergueu os braços, seus olhos adquirindo um aspecto de um branco imaculado, e uma espécie de luz iluminou a silhueta de sua figura pelas costas, a intensidade da mesma sendo o suficiente para escurecer o restante do ambiente ao seu redor. Espantados, lutadores, namekuseijins e até mesmo os vargas foram tomados por um calafrio por alguns segundos, como se um ser místico, talvez até mesmo divino, tivesse acabado de se materializar neste mundo. A presença orignou-se de Gast, que proclamou com uma voz séria e profunda:

— É inevitável... porque este é o seu destino.

Tais palavras, bem como essa aura "divina" que emanava de Gast, serviram como um gatilho para Piccolo que, frente a tais estímulos, levantou-se repentinamente sob o olhar surpreso de Gast, que não agiu quanto a tal ato. O Rei Demônio anunciou, amaldiçoando:

— Eu prefiro ser surdo a ter que ouvir essas bobagens!

Agarrando as orelhas com suas mãos, ele arrancou-as abruptamente, o que de certo modo surpreendeu seu adversário, deixando-o sem reação. Seu discurso havia afetado-o de forma tão profunda assim, a ponto de cometer tal ação desnecessária? Tal pensamento, entretanto, viria rapidamente a ser provado incorreto. Piccolo começou a assobiar, elevando-o a tons cada vez mais agudos, o que pareceu afetar diretamente Gast. Este último colocou subitamente as mãos sobre os ouvidos, dominado por uma forte dor de cabeça, ele gritou:

— Mas... Que som é esse?! É horrível! Argh!

Não perdendo mais tempo, e enquanto continuava sua melodia rítmica, Daimaoh desferiu uma joelhada contra o queixo do grande namekuseijin que, pela primeira vez desde o início do combate, foi jogado para trás enquanto um fio de sangue jorrava de seu nariz. Gast rapidamente se recompôs, mas viu-se incapaz de se concentrar na luta, pois o som que seu oponente emitia mostrava-se perigosamente torturante. Internamente, o Rei Demônio encontrava-se radiante: lá estava ele, subjulgando um lutador centenas de vezes mais poderoso que ele com um simples movimento dos lábios. Mesmo que não visse dessa forma sempre, ser namekuseijin vinha com suas vantagens, nomeadamente conhecer a fraqueza daqueles como você, sendo uma delas uma intolerância aguda a sons estridentes, fato que tinha descoberto na Terra; a primeira vez em que cruzou com tal fraqueza toda a paisagem ao seu redor em um raio de cem quilômetros desapareceu, destruindo tudo e todos dentro desta área.

Distante dali, um indivíduo de estatura baixa, usando óculos escuros e uma roupa preta com o kanji "Kaioh" estampado em sua vestimenta, narrava os recentes acontecimentos:

— Para um namekuseijin, a onda sonora de um assobio é tão insuportável quanto o som de um quadro negro sendo arranhado! Então, esse som originado da Terra mostra-se uma dificuldade para Gast, mesmo ele sendo claramente o mais forte entre os dois!

— Olha, — disse o homem sentado ao seu lado, revelando que o local distante onde se encontrava nada mais passava que as arquibancadas da arena. O homem usava uma jaqueta bege, bem característica, e carregava a feição de alguém que já havia visto de tudo um pouco. — eu concordo que é bem interessante saber de tudo isso, mas... de todas as criaturas que já encontrei em minhas viagens, seus comentários estão me dando nos nervos mais do que todas as outras. Estou tentando aproveitar o torneio, você poderia parar de comentar de tudo toda santa vez?

— Oh... Me desculpe. — disse o Sr. Kaioh com uma voz envergonhada, abaixando a cabeça.

Como dito, tal comentário tratava-se de uma observação genuinamente interessante, dado que todos os namekuseijins presentes na arena que não vieram a ter contato com a Terra, tanto os curandeiros quanto aqueles que atuavam como guardas, viram-se incapazes de manter a concentração quanto ao que acontecia no ringue. Todos encontravam-se de joelhos no chão, fazendo de tudo para superar o som abominável que torturava seus tímpanos. A situação acontecia sob o olhar preocupado dos vargas, que se perguntavam se deveriam interromper a luta do lutador que estava causando tudo isso. Enquanto isso, este último continuava sua sequência de ataques contra Gast, que via-se incapaz de reagir de qualquer forma que fosse, recebendo cada um dos ataques com força total, seu sangue jorrando sobre o chão. No Universo 18, Son Goten observava tudo aquilo, vendo Piccolo tapar os ouvidos, e ele disse, em uníssono com sua contraparte do Universo 16:

— Como ele é estúpido! Por que ele só não arranca suas orelhas fora como fez o outro? Tornaria tudo muito mais fácil!

Gast de repente agarrou o rosto de Piccolo, impedindo-o de continuar com seu réquiem estridente, e então virou a cabeça para Son Goten, respondendo-o consternado:

— Não precisa dizer o óbvio, por favor! Estou procurando por desafios como posso, às vezes o caminho mais simples é sempre o mais desinteressante...

— Eh?! Ele me ouviu! — Goten exclamou.

Senhor, — avisou o varga designado ao Universo 18. — é proibido ajudar um participante, mesmo que apenas com dicas. Da próxima vez, Gotenks será desclassificado.

— Mas eu nem mesmo estava falando com ele! — Goten respondeu gritando, em pânico.

Piccolo Daimaoh conseguiu se libertar do aperto de Gast e começou a assobiar outra vez. Mas este último, agora suspirando de desânimo, nocauteou o namekuseijin corrompido com um simples peteleco em sua cara; o corpo inerte de Piccolo atingiu o chão no segundo seguinte. Os vargas, vendo que o lutador estava definitivamente nocauteado, chamaram pelos namekuseijins curandeiros enquanto anunciavam:

— Vitória de Gast Carcolh, do Universo 7!

— Você ainda tem um longo caminho pela frente... — disse o maior dos dois, apoiando-se sobre o chão usando um de seus joelhos ao lado do namekuseijin inconsciente. Colocando a mão no peito de Piccolo, uma forte luz emanou de sua palma que cobriu o corpo de Daimaoh, curando suas feridas e criando novas orelhas no lugar daquelas perdidas. Este, por sua vez, acordou surpreso e se sentou, perguntando-se:

— Eu... eu... estou curado?

Seu olhar caiu sobre Gast, que se afastava dele e o deixava sem saber bem o que acabara de acontecer. Este, o ser resultante da assimilação de centenas de indivíduos, virando-lhe as costas, disse-lhe:

— Pense sobre o que realmente te faz feliz... Torturar os homens, ou vê-los florescer sob sua proteção, ter sua alma e coração iluminados por seus sorrisos, trazendo-lhe grande sentimento de satisfação por conta de seu amor conquistado. Reflita sobre isso genuinamente, descarte seus preconceitos. Você não precisa encontrar sua resposta de imediato. Procure por ela dentro de você, apenas lá você a encontrará. Ignore as aparências externas, não deixe que a diferença que eles têm influencie sua decisão. E, se você achar que a humanidade em seu universo faria bom uso de um desejo, oferecei-lhe um de bom grado. Pretendo vencer o torneio e, quando o fizer, tenho uso para apenas dois dos três desejos; não terei uso para um deles. Reservarei-o para você.

Piccolo se viu obrigado a parar por um momento para processar as palavras que saíram da boca desse namekuseijin cercado por essa sensação tão divina, e cerrou os punhos, furioso com a incerteza que tomava-lhe conta. Teria sido tudo que Gast acabara de lhe contar verdade? Será que no fundo ele realmente buscava defender os humanos, fracos do jeito que eram? Será que ele gostaria de vê-los felizes, graças a... ele? Perdido em seus pensamentos, ele voou de volta para seu espaço e entrou no apartamento sob o olhar curioso de Raichi, que tinha uma aura sombria cercando-o.

Desenhado por:

Homola Gábor      

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