DB Multiverse

DBM Universo 4: Buu

Escrito por Arctika

Adaptado por Shadow the Hedgehog

Este comic está em pausa. A continuação virá em breve...


Parte 1 :0
Parte 2 :123456
Parte 3 :78910111213
Parte 4 :14151617181920
[Chapter Cover]
Parte 3, Capítulo 13.

Capítulo 13

Traduzido por Shadow the Hedgehog


Segundos depois, o Buu reapareceu em frente a um enorme dojo com arquitetura tradicional, madeira seca e pedra lavrada. Era sobre a escola do Satan, o maior herói da humanidade, aquele que derrotou o Cell, a "ameaça do espaço sideral". O Buu sabia que tudo isso era mentira e que, no fundo, o Satan era covarde e medroso, mas o que poderia ser considerado malícias e falhas na verdade continham riquezas ocultas.


Superando seu medo e apreensão, Satan soube como se aproximar do Buu quando ele era apenas uma criança enorme e brincalhona e se tornou seu amigo. Posteriormente, embora a natureza maligna do Buu assumisse o controle novamente, o Satan nunca deixou a mente do Gênio, sua memória gravada nele como aquela magia que o criou. Para o Buu, até hoje, Satan era aquele símbolo de honestidade, coragem e amizade profunda. Se houvesse um ser neste universo ao qual o Buu se devotaria de corpo e alma, a quem ele respeitaria com pura sinceridade, e a quem ele sempre refrearia seus desejos de carnificina, esse seria o Satan. Aquele que soube acalmá-lo e ensiná-lo as alegrias da vida em sua simplicidade, e que soube dar nuances às trevas dentro dele.


Fazia sentido, o Buu pensou. Quando ele estava prestes a destruir mais um mundo, foi a Videl, a filha do seu amigo, que o interrompeu e colocou os pingos nos "i"s com as suas palavras. O Buu havia se perdido, desnorteado na sua busca e se tornado um monstro novamente, ignorando a vida mortal. E voltando à Terra, conversando com o Dende e o Mestre Kame, tudo isso ajudou a trazê-lo de volta àquele aspecto da vida que o Satan soube introduzir na sua mente. Mesmo que ele se recusasse a se tornar um herói do bem como o Goku, ele nunca mais seria um assassino genocida novamente. Por este homem.


O Buu respirou fundo e entrou no dojo. Em uma grande sala, ele viu o Satan, batendo forte em um saco de areia na frente de cerca de quinze jovens humanos que pareciam ter olhos apenas para ele.


—Ta ta ta ta! gritou o Satan, batendo no saco, antes de cessar seu ataque marcial proferindo poderosos gemidos de exaustão.


O Satan se virou para os seus alunos, sem perceber a presença do Buu os observando do outro lado da sala.

—Aah…aah…Pronto, novatos, se vocês treinarem forte…aah…vocês podem ter a sorte de aguentar tanto quanto eu, hahaha…Aah…

—Uau! um deles exclamou. Que sorte temos de vê-lo em obra, mestre!

—Vamos honrar o nosso herói! outro continuou.

—Você é tão prestigioso, Mr. Satan! Olha, alguém veio até a sua aula! Mas, ele parece meio estranho…


Interessado por esta última observação, Satan virou a cabeça na direção do Buu, que lhe deu um grande sorriso. O terráqueo congelou, seu rosto se liquefazendo rapidamente. Pego de surpresa, o Buu pensou que seu amigo foi dominado pelo terror e pela vontade de fugir, vendo apenas o monstro que tanto os machucou. Decepcionado e zangado, o Buu pensou em sair sem dizer uma palavra, antes de ouvir vagamente:

—B…Bu…Buu? É mesmo você? Você voltou?


O Buu fixou seus olhos no Satan novamente, e o que viu o abalou. Não foi a emoção de medo que ele tinha visto outrora, ou pelo menos era menor. Foi de alegria.


—Vocês! Gritou o Satan para os seus alunos, acenando amplamente com a mão. Vão malhar na sala de musculação. Quando eu voltar, quero ver suor, aparelhos quebrados pelo esforço, entenderam? Agora!

—S…sim! eles responderam em coro.


Os lutadores novatos saíram rapidamente, não sem dar uma intrigada espiada de longe no Satan e no Buu. Quem era esse homem misterioso de corpo rosa? Um amigo do seu mestre? Ele pareceu provocar uma reação curiosa no herói da Terra. E…ele os lembrou de algo.


Assim que a porta se fechou, o Satan suspirou enquanto o Buu caminhava silenciosamente na sua direção. O terráqueo ergueu o rosto para ele, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Ele correu até o Gênio e colocou os braços ao redor da sua cintura, mal sendo alto o suficiente para alcançar seu abdômen. Perturbado, o Buu não soube como reagir, enquanto o Satan se entregava em prantos intercalados com soluços:

—Você está de volta! Isso é maravilhoso! Um ano sem novidades, era impossível saber o que estava acontecendo com você! E a Videl que foi ao espaço para o encontrar, ela queria achar aquele namorado safado que ela tinha, e eu estava com tanto medo de que ela estivesse em perigo! Mas eu tinha certeza de que você não a machucaria! Se você está aqui, então ela o encontrou! Ou…você veio sem saber, e ela está perdida no espaço! Oh não, eu tenho que ir salvá-la imediatamente, eu…

—Acalme-se! o Buu entrou em pânico, agarrando-o pelos ombros e tentando afastá-lo. A Videl está bem! Voltei para casa com ela, ela está na capital do oeste há vários dias!

—Sério? o Satan respondeu com um suspiro alto. Isso é ótimo! Ela ainda não me ligou para me atualizar…mas tudo bem, se ela estiver bem! Oh, Buu, senti tanto a sua falta, meu amigo!


O Buu não sabia o que dizer sobre tal reação. Ele esperava ver o Satan um pouco assustado, talvez até reacender um trauma nele após o massacre que ele havia cometido quando se tornou o Super Buu…Mas não. O terráqueo ficou feliz em encontrar o Gênio novamente, mesmo depois do que havia acontecido, mesmo com a sua aparência.


—Estou…feliz em vê-lo também, Satan, o Buu gaguejou, tentando recuperar a compostura. Você não parece ter mudado desde que saí.

—E você também! Olhe para você, ainda tão alto e rosa! Você é exatamente o mesmo da última vez que o vi! Quando…


O Satan fez uma pausa, e o Buu lembrou que o humano testemunhou a vitória final do Gênio sobre os saiyajins, absorvendo o Son Goku. Depois de pedir ao Dende para ressuscitar a todos, o Buu saiu sem se importar por um momento com o Satan, e este não o viu novamente. A última imagem que seu amigo deve ter dele, portanto, é a do monstro que venceu. O que reforçou sua perplexidade.


—Quando assumi a vitória, certo? Ele terminou ironicamente. Diga-me, Satan, não entendo a sua reação. Você deve ter medo de mim, certo? Matei todo mundo, transformei muita gente em bombom, a Terra era só um deserto depois da minha passagem! Por que você parece tão feliz em me ver?

—Mas, mas…isso faz sentido! o Satan respondeu, parecendo chocado. Você pode ter exterminado toda a humanidade, e até mesmo ter comido a minha filha, mas…eu não sei como você fez aquilo, mas você ressuscitou todo mundo, e também deixou o planeta em paz! Lembro quando você se transformou depois que aquele criminoso atirou em mim…você era diferente, mas você me poupou, parecia me reconhecer. Eu sabia que no fundo você era o mesmo, gentil e brincalhão. Que você ainda era o meu Buu, o meu amigo…


O Satan desviou o olhar com os seus olhos lacrimejantes, envergonhado e um pouco assustado com a reação do Buu. Este último sentiu calafrios de emoção percorrerem seu corpo, até que seus olhos umedeceram.


O Dende, o Mestre Kame, os parentes do Goku. Mesmo que eles tenham se acostumado a ele depois de alguns momentos, eles reagiram com medo e suspeita. Hostilidade, até. Mas o Satan ficou genuinamente encantado em vê-lo. Mesmo que ele não fosse mais o grande balão ingênuo que era quando o conheceu, o Satan acreditava nele e na amizade deles. E isso tocou profundamente o Gênio que agarrou o campeão mundial para abraçá-lo.


—B…Buu…?

—Obrigado…obrigado, Satan, o Buu sussurrou, fechando os olhos. Venha, vamos passear, tenho tanto para lhe contar…meu amigo!



Durante as horas que se seguiram, o Buu e o Satan percorreram as ruas da cidade em total liberdade. Os moradores reconheceram o Satan e o aplaudiram, antes de vê-lo acompanhado do Buu. Eles se lembravam dele principalmente pelo enorme monstro que ele era, e que os havia machucado tanto. No caso de alguns, eles não fizeram a conexão com o antigo Majin Buu. Outros, no entanto, viram uma semelhança impressionante, na cor da pele, crista e olhos brilhando de malícia. Aterrorizados, eles não ousaram se aproximar ou atrair a atenção do Gênio, sentindo que o Satan estava lidando com a situação e negociando com a criatura.


Eles estavam tão longe da verdade. Pelo contrário, o Satan e o Buu passaram um momento de partilha e imensa alegria. Enquanto o Satan conta como a humanidade estava tentando recuperar um ponto de apoio após a batalha do ano passado, o Buu contou a ele sobre toda a sua jornada espacial.



—E então, eu ainda vejo pessoas me perguntando: "Essas coisas horríveis realmente aconteceram com aquele mago e o seu escrava rosa?". E eu respondo: “Sim, mas eu esmaguei aquele piolho feio com um simples soco, e quanto ao seu Majin Buu, consegui acalmá-lo, vocês não têm mais nada a temer dele!”. Desculpe-me, Buu, era a única forma de tranquilizá-los, porque eles não sabiam se a sua existência era real ou se era apenas um pesadelo…A Videl se recusava a desistir do seu namorado e causava pânico em todos os lugares para dizer "Eu preciso de uma nave espacial, eu vou encontrá-lo! ”. E me recusei a esconder a sua existência. Fiz o meu melhor para apaziguá-los, com a minha versão.

—Heh, você fez bem, Satan, o Buu zombou, colocando a mão em seu ombro. Não me importo se eles têm medo de mim ou me admiram. Estas são as pessoas que você e os outros defenderam com todas as suas forças, com ardor e coragem. Vocês têm meu respeito e prometi deixar a Terra em paz. Vou manter minha palavra. Você é o herói deles, e se conseguir ter uma boa imagem com eles, agradeço. Eu realmente não gosto da ideia de ser um monstro na cabeça deles. Se ajudar, faça o que achar melhor, eu continuarei dançando conforme a música.

—Haha, neste ponto, não tenho nenhum problema em dizer que somos amigos! Aliás, você me contou que durante a viagem ajudou pessoas? Fico feliz em ver que você conseguiu se afastar daqueles jogos bobos de assassinato em massa que o Babidi e o pai dele colocaram na sua cabeça!

—Sim, mas…eu também disse que matei muitas pessoas e absorvi uma certa quantidade delas. O que você acha disso?

—Que ninguém pode dar um sermão em você, especialmente eu, respondeu o Satan, coçando a cabeça. Você estava perdido e queria encontrar sua identidade, certo? Pelo que você me contou, você se arrepende de ter matado por diversão e quase caiu nessa antes, certo? Então, você não é um monstro. Lembre-se daqueles dois criminosos que nos atacaram naquela época. Se eu não tivesse segurado meus socos, eu os teria matado com os meus acertos. Quanto a você, para salvar a humanidade, fiz de tudo para me livrar de você, com os explosivos, o veneno…Só pensava em mim e na minha imagem. Mas isso foi antes de saber e ver o que há de bom em você. Você me mudou assim como você mudou a si próprio. Agora eu não penso mais apenas em mim e na minha posição. Levo mais a sério os desejos da Videl e dos demais, procuro ajudar os moradores que me admiram por seguir em frente…É tudo graças a você, Buu!


Envergonhado, este último olhou para o céu. Mesmo enquanto cometia atos monstruosos, ele foi perdoado e até mesmo compreendido. Isso o desestabilizou ainda mais. O assassinato fazia parte da sua natureza. Ele sabia que durante sua existência continuaria a absorver talentos e a tirar vidas. Mas ele deveria fazer isso por uma causa nobre? Ele ainda conseguiria matar a sangue frio, sem motivo?


—Não tenho certeza se mudei totalmente ainda, ele disse preocupado. Mas, tenho certeza de uma coisa. Embora ainda goste de lutar e instilar medo nos outros…também gosto de vê-los sorrir. Foi você quem me ensinou o valor da vida, Satan. Gostando ou não, a sua amizade me transformou e, embora eu não seja mais o chicletão que você conheceu, meu afeto por você continua o mesmo. Assim como pela Videl. Fique tranquilo, por você, e em homenagem àqueles que bravamente lutaram contra mim, eu prometo que não me desviei do meu objetivo, e não me deixarei ir com muita frequência a desejos cruéis.

—Hummm …, disse o Satan, ficando pálido. Qual objetivo, mas já?


O Satan esperava mudar o assunto da conversa, e a pergunta queimou como ferro em brasa na mente do Buu, cujo rosto se iluminou com pura alegria inocente.


—Eu quero conhecer o universo! Descobrir suas maravilhas, resolver seus mistérios, conhecer até o mais insignificante dos organismos! É ilimitado, cada pequena coisa existe por uma razão ou outra, e eu quero descobrir tudo! Seus cometas, seus planetas, suas estrelas e o céu, como um sonho eterno onde o próprio tempo se esvai para dar lugar ao espaço infinito! E eu não quero mais viver sob a égide de "Majin Buu", apenas Buu, o melhor do universo! Os seres mais talentosos viverão através de mim, eles contribuirão para a minha glória e para a elevação do nosso mundo à sua era de ouro eterna! Vou exaltar a beleza do Universo ao seu clímax, hahaha!


Quanto mais ele falava, mais Buu erguia o som da sua voz. Todos que passavam o encaravam com muito medo e ansiedade. Mas o Buu não se importava. Ele estava redescobrindo o seu objetivo original: emancipar-se da destrutiva criatura maniqueísta que era, chegar ao topo da criação. Sua luta implacável entre o bem e o mal já tinha durado tempo demais.


—Não quero mais perder a cabeça, Satan. Vou matar quem eu quiser. Eu salvarei os fracos como achar melhor. Aqueles que o merecem, que não merecem suportar a exuberância dos privilegiados, ou a crueldade da natureza! Exibirei a beleza de múltiplos mundos, criarei um mais magistral do que o outro, desenvolverei a tecnologia mais avançada! O universo não me verá mais como uma besta sedenta de sangue e doces, mas sim como Buu, aquele que o conquistou! Amado e temido, o explorador que passou pelo inferno para oferecer o paraíso a quem vai valer a pena! Eu reinarei sobre este paraíso do conhecimento, e você, meu amigo, é a gênese dele, e um dos pilares!


Ele agarrou o Satan pelo ombro e continuou sua caminhada calmamente com seu amigo terráqueo, enquanto este o observava com os olhos esbugalhados, sem ter entendido uma única palavra do que o Buu havia dito. Porém, uma coisa era certa. O Buu estava além do seu complexo de identidade e se consolidou para sempre. O Buu que poupou a Terra e foi preenchido com uma felicidade de viver única e inebriante. E por isso o Satan estava feliz, embora com medo como sempre.


Quanto aos terráqueos que os assistiram e testemunharam este espetáculo surpreendente, o Buu não saberá por muito tempo, mas depois disso, o Satan foi mais uma vez glorificado como aquele que subjugou o alienígena rosa superpoderoso, e que o pacificou para que ele pudesse nunca mais ameaçar a Terra e seus habitantes. No entanto, eles souberam também de todas as suas histórias no espaço, e muitas delas lhes davam um suor frio e eram algo para se pensar sobre o que poderia acontecer com eles caso ele perdesse o controle…


No final do dia, o Buu e o Satan ficaram em frente ao pátio do dojo. Mesmo que tenha sido assustador para o humano acompanhar o grande Gênio em público com a sua risada insana, ele havia recuperado o seu Buu, embora ele tivesse mudado sua forma. Ele ainda era o mesmo demônio brincalhão e curioso, embora tivesse ficado muito mais inteligente, mas também imprevisível e versátil. Ele sentiu que havia recolocado o Buu no caminho certo, o que reforçou sua utilidade e a sinceridade da sua amizade.


No entanto, antes de sair, o Satan timidamente desafiou o Buu com uma última pergunta:

—Sabe, Buu…Não tenho nenhum problema com você, mas…não acho que minha filha vai desistir tão facilmente. Você não gostaria de deixar ir aqueles caras de quimono laranja que você absorveu? Você é invencível, é o mais forte e vai vencer em todas as circunstâncias, isso não é o suficiente para você? É errado privar suas famílias de seus —

—Não, o Buu o interrompeu em um tom que não sofreu réplica. Sinto muito, Satan, mas eles são meus por toda a eternidade, como todos os outros, e todos que irão me completar. Nenhum deles receberá tratamento preferencial. Eles são os materiais da minha evolução, e perdê-los seria regredir. Especialmente o Son Gohan e a sua pequena trupe. Especialmente porque você subestima esses saiyajins: treinando, eles são capazes de qualquer coisa! Não vou correr este risco. Diga à sua filha para parar de me perseguir. O lugar dela é na Terra, junto com você.


Não querendo continuar esta conversa, o Buu deu ao seu amigo um último sorriso afetuoso e se teletransportou, deixando o Satan sem palavras na porta do seu dojo.



Assim, por duas semanas, o Buu se misturou com a população da Terra, ocasionalmente visitando aqueles que podiam-se considerar "família". Ele visitava regularmente o Mestre Kame e o Dende, que o esclareciam com seus sábios conselhos. Quanto à Chichi, o Kulilin, o Yamcha e os outros, eles conheceram o Buu mais profundamente, sentindo compaixão pela trágica história da sua vida sob o governo dos bruxos. Mas eles ainda tinham a esperança de ver os absorvidos novamente um dia. Eles agora viam o Buu mais como um amigo que era melhor não incomodar. Embora cheia de tristeza, a Chichi frequentemente pegava características que reconhecia no Buu, pertencentes ao Son Goku e aos seus filhos. E ela se consolou ao dizer a si mesma que, graças ao sacrifício deles, a maior ameaça do universo agora era um aliado confiável. Típico do seu amado marido, cuja capacidade de converter antigos inimigos em amigos era uma das suas melhores qualidades…


Quanto à Videl, embora ela fosse capaz de se aproximar do Gênio às vezes, sempre que ela tentava a chantagem emocional mencionando a bondade do Buu ou a sua amizade com o pai dela, o demônio automaticamente revirava os olhos para o céu e se teletransportava sem aviso, deixando a jovem irritada e determinada.

No restante do tempo, o Buu gostava de viver em um pequeno retiro tranquilo nas montanhas, observando o céu, brincando com a Dragon Ball de quatro estrelas que ele havia encontrado.


As Dragon Balls…


A chave para a história dos terráqueos, o sol em torno do qual giravam suas curtas vidas.


O Buu não ligava para aquelas bolas cujo poder era insignificante comparado ao dele. Graças aos seus prisioneiros, ele sabia muito bem que o Shenlong nada poderia fazer contra ele. Ele nunca teria o poder de libertar os prisioneiros do seu corpo. No entanto, este dragão condenado poderia encontrar maneiras tortuosas de alcançá-lo, como teletransportar a Videl para ele todos os anos, ou dar a ela a habilidade de encontrá-lo facilmente. O Buu sabia que ele teria mais a fazer do que apenas trazê-la de volta todas as vezes. Ele tinha que encontrar uma maneira de neutralizar as Dragon Balls, sem ferir o Dende, porque ele nunca encostaria um dedo no pequeno namekuseijin.


Neste ponto, o Buu ainda não tinha consciência disso, mas a solução mais óbvia não estava na sua lista de ideias. No entanto, mais tarde teria uma importância especial.


Em vez disso, o Buu soltou um suspiro de cansaço e apenas puxou o braço para trás, ganhando impulso e, em seguida, mandando a bola de quatro estrelas para o horizonte celestial. O Gênio não sabia se isso seria o suficiente. Talvez o Dende crie uma nova. Talvez o deus da Terra chamasse aquela bola de cristal de volta para ele. Afinal, foi o que o patriarca dos namekuseijins fez, depois do genocídio cometido pelo Freeza. Mas o Buu não queria se preocupar com isso. O que aconteceria, aconteceria.



Algum tempo depois.


O Buu estava localizado na Capital do Oeste, no jardim externo da Capsule Corporation. Ele estava desfrutando de um momento final com a Chichi, o Satan, a Videl e todos os outros antes da sua nova partida para o espaço. Apenas a Videl observou o Gênio com um olhar afrontoso. Apesar do novo comportamento amigável do Buu, ela estava longe de desistir de encontrar o Son Gohan algum dia. O Buu estava dividido entre diversão e aborrecimento. Obviamente, um dia ele poderia encontrá-la no espaço novamente. E ele não tinha certeza se teria tanta paciência quanto agora.


Após compartilhar uma última refeição com a sua "família" terráquea, o Buu exclamou, afastando-se um pouco do grupo:

—Bom! Foram várias semanas maravilhosas que passamos juntos! Mais uma vez…vocês me salvaram. Novamente, reitero meu carinho e minha amizade por vocês. Espero que um dia vocês sejam capazes de me aceitar completamente como eu sou e que vocês não estejam mais irresolutos comigo. Saibam que farei o possível para visitá-los de vez em quando e que nunca esquecerei a Terra. Todos vocês são importantes para mim. E vocês podem contar comigo.


A Chichi e todos os outros olharam em direções diferentes, inquietos e sem saber o que fazer a seguir. Durante esses muitos dias, o Buu se mostrou com rara gentileza e alegria contagiante. Ainda era muito estranho para eles, mas a sua familiaridade e nova estabilidade mental ajudaram a integrá-lo um pouco mais em suas vidas. Embora, e isso nunca mudasse, ele nunca iria realmente substituir seus entes queridos, ou seus filhos.


O Buu não esperava uma resposta deles, entretanto. Ele sorriu ao fechar os olhos e se preparou para decolar.

Foi então que quatro figuras apareceram de repente ao seu redor. O Buu mal teve tempo de detectá-los quando uma explosão soou acima da sua cabeça, revelando um cofre fortificado no ar. Quatro vozes exclamaram simultaneamente:

—Mafuba!


O Buu começou a se sentir agarrado por quatro poderosos redemoinhos esverdeados que iam em direção ao céu, em direção ao contêiner. A princípio surpreso com a manobra, ele deu um sorriso encantado e fez vários movimentos rápidos ao seu redor. Rapidamente, ele assumiu o controle do turbilhão e o redirecionou para o espaço com um poder enlouquecedor. A Chichi, o Kulilin e os outros caíram no chão sob a força da rajada de vento produzida, enquanto o Buu ria suavemente, virando-se para enfrentar o autor da emboscada maliciosa.


Na frente dele estavam quatro Tenshinhans sem fôlego. O terráqueo havia colocado todas as suas forças em seus múltiplos Mafubas, tentando um ataque surpresa e original para ter certeza de não errar o alvo. Infelizmente para ele, o Buu reagiu imediatamente ao perceber a natureza do ataque. Seu tempo de reação foi rápido demais, e ele já havia sentido os movimentos dos quatro clones antes mesmo deles lançarem o ataque.


O cofre caiu pesadamente no chão a alguns metros de distância. O Buu olhou divertido para o bloco de metal e rapidamente alongou a sua crista para destruí-lo com um ataque rápido. Ele pousou um olhar de deboche no terráqueo que voltou a ser um só, sem fôlego.


—Gaah… aaah…, ofegou o Tenshinhan.

—Bem, bem…, Buu sussurrou, caminhando lentamente em direção a ele. Obviamente, você não entendeu a lição da última vez. Você ainda ousa resistir a mim e tentar me atacar? E eu pensando que todos os terráqueos haviam admitido a minha superioridade…


Enquanto ele avançava, estreitando os olhos de forma mais ameaçadora, o Tenshinhan se inclinou para frente, pronto para lutar. Mais adiante, disse o Kulilin, com o rosto mortificado:

—Tenshinhan…não…

—Aaah…O que você está esperando para me atacar, então? disse o terráqueo de três olhos, preparado para se defender. Não pense que esqueci tudo o que você fez! Ainda me lembro de você fazendo o filho do Son Goku sofrer e massacrando a humanidade! Você pode até ter mudado aos olhos de todos, mas você é muito poderoso, muito perigoso! Você deve ser neutralizado!


O Buu parou, as íris carmesins dos seus olhos brilhando de raiva. Todos começaram a tremer, enquanto Tenshinhan se preparava em desespero para atacar o Gênio. Foi então que o Buu deu uma gargalhada cheia de alegria e alívio, para grande surpresa dos terráqueos.


—Ha! Hahaha! Hahahaha! Impressionante! Maravilhoso! Se você soubesse o quanto o seu desaforo me encanta, humano!

—O que…o que você está dizendo aqui? Tenshinhan respondeu, chocado.

—Não, mas você sabe o que acabou de fazer? Você me deu arrepios por um momento! Sua inventividade, sua determinação, acho isso admirável!


Algum tempo antes, Buu teria se sentido ameaçado por tal tentativa, ainda que sem sucesso. Mas finalmente ele ficou estável e sabia que era intocável, ainda mais por técnicas como o Mafuba, cujo contra-ataque ele já conhecia. Mas ali, o Tenshinhan acabou de fazer uma bela demonstração, e ele se perdoou por ter pensamentos negativos contra ele novamente. Na verdade, ele foi talvez a melhor diversão que poderia ter.


—Eu não vou o matar, humano, ele disse com um sorriso de escárnio. Eu também não vou o absorver. Seu talento é certo, é verdade, mas é muito mais interessante quando é seu. Quem sabe o que você vai inventar da próxima vez? Aceito o seu ressentimento, Tenshinhan. Exercite-se, imagine coisas novas e tente me pegar! Vou esperar por você e bloquear todas as suas tentativas. Eu o desafio a me tocar. Surpreenda-me!


Ele se virou, deixando o Tenshinhan completamente paralisado de espanto e emoção. Enquanto o Buu se afastava para levantar voo, ele parou e se virou uma última vez, para dizer ao humano com uma expressão travessa, porém sádica:

—Só uma coisa que você deve ter em mente…A cada dia que passa, a distância entre nós cresce exponencialmente. Tente não cair no desespero!


Com essas palavras, ele se apressou e acenou para a multidão com um gesto amigável com sua mão:

—Eu os verei de novo, amigos! Voltarei em breve!


Enquanto ele desaparecia no horizonte celestial, a Chichi pousou o olhar no chão, completamente confusa e sem saber o que pensar. Uma lágrima rolou por sua bochecha, sem que ela percebesse que a Videl a observava silenciosamente. Enquanto seu pai ficava atrás dela e olhava para o céu, acenando com a mão, ela reafirmou internamente sua determinação.


Ela iria recuperá-lo.


E ela traria todos de volta.

Desenhado por:

Eiki       45

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