DB Multiverse

Snower, o Estrategista

Traduzido por Shadow the Hedgehog

O interior do castelo do rei dos saiyajins era grande e imponente. Tetos de dez metros de altura não eram uma especialidade deles. Na verdade, os tsufurujins secretamente ajudaram a projetá-lo. Eles também instalaram câmeras invisíveis e iluminação. Este último sendo reservado para as partes não públicas do palácio, onde apenas os oficiais da alta patente com acesso aos segredos do rei se beneficiavam.

O grupo de saiyajins estava caminhando pelos corredores e a Hanasia rapidamente se sentiu perdida. Ela não conseguiria encontrar o caminho de volta para a porta da frente sozinha. Eles chegaram em uma pequena sala com camas e havia dois invasores nelas. Eles tinham bandagens e algumas outras coisas médicas que a Hanasia não conhecia.

—Estes são os nossos únicos dois prisioneiros…não os mate. Como confessaram, eles vêm do céu, de um mundo além das alturas e de onde o sol queima, o frio causa úlceras, e não se respira mais. Além dessas alturas, existem outros mundos semelhantes ao nosso, e com a sua casa voadora, que você viu, eles podem se mover de um mundo para o outro. Eles também nos confessaram que vieram apenas para lutar contra nós e nos destruir.

—São invasores, e daí.

—Hanasia, tente entender! Existem muitos como eles no mundo de onde vêm e, em breve, outros chegarão em outras casas voadoras! E você é a única que sabe como detê-los.

—Hanasia, mate o Guerreiro Milenar, Hanasia mate os invasores, blá, blá, blá…

—Você deve ficar aqui e se tornar a Rainha dos Saiyajins.

—Mas oras você, Nizouki, cale a boca. Eu não quero me tornar rainha, não.

—Tem certeza? Você teria o respeito de todos os saiyajins, bebida e comida à vontade, homens à vontade, lutas à vontade, conforto e etc…Quem não gostaria disso?

—Eu tenho que cuidar da minha aldeia.

—Eles encontrarão muitos outros chefes. — Diz o Nizouki. —Ou poderão vir morar aqui, afinal são só uma pequena aldeia. Devo acrescentar que a rainha tem contato especial com o povo tsufurujin.

—Então eu gostaria.

O conselheiro ficou surpreso, ele não achava que esse argumento tivesse peso. A maioria dos saiyajins debochava ou não gostava dos tsufurujins sem motivo. Em geral, os seus reis não ficavam muito felizes em saber que o seu poder era, em parte, forjado por eles.

—Eu adoraria saber mais sobre os tsufurujins. — Concluiu a Hanasia, olhando para os objetos na sala, que claramente vinham da civilização deles.

O imperador Blizzard teve quatro filhos. Os príncipes estavam separados por um ou dois séculos cada. Quanto mais velhos, mais fortes ficavam. Portanto, se alguém quisesse saber quem era o mais forte entre dois príncipes, era simples, bastava saber a idade deles. No entanto, a sua força tinha que ser contida, e quanto mais velho o demônio, maior era o número das suas formas de redução.

Ice Kurima, o caçula, estava na sua primeira forma de redução. Isso o tornava um ser alto e imponente, bastante ameaçador.

Chilled, seu irmão mais velho, estava na sua segunda forma de redução. A Hanasia o impediu de entrar na primeira forma.

Snower, seu irmão mais velho, estava na terceira forma. Mais desenvolvido intelectualmente do que fisicamente, ele não procurou manter o seu poder e foi o primeiro demônio do frio a usar uma forma tão distante. Eles eram mais fortes a cada geração e ninguém havia precisado se reduzir a esse ponto no passado.

Esta terceira forma provocou risos nos seus irmãos. Ele era minúsculo, ainda menor do que na sua forma normal. O Chilled lhe disse que isso era prejudicial para eles e que seriam menos temidos. Mas no final das contas, nesta forma um tanto encolhida e de pernas curtas, o Snower permaneceu tão poderoso que continuou a inspirar medo, um medo que era muito mais visceral e psicológico. O Snower compensou a sua falta de controle físico com uma maneira direta e eficiente de governar e conquistar. Seus irmãos tinham um respeito imenso por ele e seus conselhos eram procurados e seguidos.

Frosty, o mais velho, era exatamente o oposto. Ele não era um tolo, mas estava trabalhando para controlar o seu poder e se orgulhava de conseguir andar com segurança na sua forma final. Ele precisava se sentir invencível. Ele tinha dentro dele um leve medo de ser morto por rebeldes, e esse medo de um golpe revolucionário aumentou quando o seu pai se sentou permanentemente na sua cadeira. Ele dificilmente conquistou novos planetas, em vez disso, ele se diria para qualquer lugar onde se estourava uma revolta ou agitação, esmagando-as com punho de ferro.

Quanto ao pai deles, o imperador Blizzard estava na sua segunda forma de redução. Mas ele era tão grande e assustador que a maioria das pessoas pensava que ele estava na sua primeira forma.

Por muito tempo, os irmãos não se cruzaram com tanta frequência, ocupados administrando um império em crescimento. O planeta capital, lar do palácio do seu pai, era o ponto de encontro mais comum.

A nave do Snower pousou próxima ao palácio, e o demônio flutuou para fora dela como de costume. Com as suas pernas pequenas, o seu andar era ridículo. Ele às vezes se perguntava se não deveria construir algum tipo de cadeira voadora para se locomover de uma forma mais digna. Mas a levitação era suficiente por enquanto.

O grande salão do pátio estava vazio. Uma raridade. As telas estavam desligadas e o Snower sabia que todos os microfones e outros dispositivos de monitoramento também estavam. Os seus novos servos eram confiáveis ​​e nada que seu pai lhe dissesse sairia dali.

Este pátio vazio o lembrou da última reunião familiar. O seu pai havia lhes dado segredos específicos sobre os demônios do frio que ninguém deveria saber. Detalhes das suas transformações, bem como da maneira em que eles dividiriam o universo. Sem dúvida uma nova reunião estava sendo preparada, mas desta vez um irmão estaria faltando.

Ele não precisava dizer ao seu pai que estava lá. Ele já sabia disso desde que ele pôs os pés no palácio da mesma forma que seu filho sentiu a presença e ouviu a respiração do Blizzard a dezenas de quartos de distância. Ele caminhou ao redor do assento gigantesco onde o imperador estava sentado.

—Olá, pai.

—E o seu irmão?

—Ele chegará em dois dias.

—Tanto faz, vamos só reiterar. Quem é o lutin?

O Blizzard estava se referindo ao pequeno servo que se curvou no chão ao lado do seu filho. Sua presença não era bem-vinda para uma reunião familiar secreta.

—Ele é meu assistente pessoal, pai. Ele tem a minha total confiança com todos os meus segredos.

—Então ele também terá a minha confiança. Eu sei que você não correria o menor risco. Bom. Você tem todos os dados, diga-me tudo o que deduziu a partir deles.

—Bem, pai, o planeta descoberto que chamamos de "Plant" está escondendo muitos segredos de nós. Para começar, é óbvio que todo o vídeo é falso.

—Sério?

—Mas é claro. Para começar, ninguém pode nos matar, especialmente assim.

O Blizzard expressou uma reação que surpreendeu o Snower. Ele olhou para o seu pai e percebeu que ele não concordava com o que acabou de dizer. O Blizzard simplesmente disse: “Este é o seu único argumento?"

—Não. — O Snower disse surpreso. —A civilização vista em Plant não tem tecnologia, e o Chilled claramente não chegou no campo, mas sim em uma das maiores cidades. No entanto, a nave veio porque detectou uma energia muito forte. Isso poderia ter sido de uma fonte viva poderosa, certamente, mas uma vez perto do planeta, ele também detectou várias ondas de rádio, transmissões codificadas e todos os tipos de evidências de que o planeta está repleto de tecnologia. Então, o vídeo está mentindo.

—Entendo. Realmente, algo está sendo escondido de nós. Mas é possível fazer um vídeo falso e passá-lo como uma remessa da nossa própria nave?

—Sim, pai. A nave continua presa no planeta. Qualquer um dos meus técnicos poderia fazer isso. Na verdade, acho que este planeta é uma armadilha montada do zero contra nós.

—Mas o vídeo…é tão real!

O Snower esboçou um sorriso. —Pai. — disse ele. —Você nunca assiste filmes.

—A ficção não me interessa.

—No entanto, ela é perfeita para relaxar. Pipo, dê-nos uma amostra nas telonas. O lutin pegou um grande controle remoto e digitou algumas instruções. As telas se iluminaram e exibiram um vídeo.

O Snower e o Chilled estavam lá. Eles estavam falando sobre uma situação e um problema que o Blizzard nunca tinha conhecido. Um vírus que teria devastado planetas inteiros. Os dois filhos foram até a sala do trono e falaram com o Blizzard, que ordenou que eles fossem a um planeta específico para encontrar a origem do problema. Havia uma espécie de música de fundo, embora nenhuma música fosse tocada no palácio.

—Isso nunca aconteceu. —diz o Blizzard. —Isso é uma ficção? Mas como eles poderiam ter me filmado dizendo isso?

—O senhor nunca foi filmado. Todos os personagens desta cena são desenhados. São modelos virtuais animados por computador e, como pode ver, a semelhança é quase perfeita. Mas se eu pausar…

O Pipo pausou.

—…é possível ver várias falhas em nossos corpos, e a imagem é ligeiramente irreal.

—Isto é verdade. Agora eu entendo, na verdade esses são efeitos especiais grosseiros. Isso não é perigoso? Alguém poderia enviar mensagens ou ordens falsas em nosso nome com isso?

—Não se preocupe pai, esses modelos não estão à disposição de qualquer pessoa e a produção de obras em que somos personagens é muito controlada. A ficção deve ser óbvia e não podemos ser ridicularizados. Eu recomendo este filme. Temos poderes extraordinários lá, nós nos teletransportamos, respiramos fogo e lutamos contra um monstro gigante cheio de tentáculos. Não vou estragar o final do filme, mas o senhor tem poderes telepáticos tão poderosos que age em planetas distantes da sua sede. Tudo isso é muito bom para a nossa imagem.

—Hã…talvez… tanto faz— Disse o Blizzard, sabendo muito bem que ele nunca iria assistir a esta fábula. Felizmente para ele, o seu filho evitou de lhe mostrar os programas infantis, onde, desenhados à mão e super-deformados, os demônios do frio ensinavam as crianças a ler, contar e a amar o seu imperador. Ele não teria entendido.

—Mas, — continuou o Blizzard, —você viu essas imperfeições no vídeo do Chilled?

—Bom…não. Mas fazer tal falsificação não é impossível. Requer apenas muita precisão e muitos recursos. E uma civilização que escondeu a sua existência por anos, talvez séculos, pode ter esses meios. Este vídeo foi fermentado por anos e, uma vez pronto, eles pegaram o Chilled com uma onda de energia.

—Então?

—Então, é possível que os inimigos do nosso império se uniram a esta civilização, ou pior, criaram-na, neste planeta desconhecido, para instigar um golpe mortal com o objetivo de nos destruir. Um estratagema que foi posto em prática ao longo de pelo menos dez anos. Ao mostrar a todo o universo que um simples guerreiro matou um de nós, enormes movimentos de rebeliões podem ser formados. Nossos exércitos podem ser subjugados. Como nós, demônios, não podemos estar em todos os lugares ao mesmo tempo, na pior das hipóteses perderíamos muitos planetas e nosso império estaria em ruínas.

Uma revolução. Um golpe armado. Sim…o Blizzard gostou da ideia. Exceto que…

—O que aconteceu com o Chilled, então?

—Por um motivo ou outro, ele não consegue entrar em contato conosco.

—Mais uma vez, você consegue enxergar longe, muito longe. Eu o parabenizo porque acredito na sua teoria. Na verdade, foi isso mesmo que aconteceu. Mas, devo apontar o dedo para a falha suprema do seu raciocínio.

—Falha?

—Sim. Na verdade, o seu argumento principal, aquele que torna a sua hipótese a única possível, está errado. Podemos ser mortos em combate corpo a corpo. Existem seres…— O Blizzard olhou para o Pipo, como se para verificar que ele não estava fazendo anotações. —Seres mais fortes do que nós.

O Snower ficou em silêncio por um momento. O olhar do seu pai era muito sério.

—Eu pretendia dizer isso a vocês muito mais tarde, mas essas são condições excepcionais.

Ele puxou debaixo do seu assento uma pasta preta, um computador dobrável antigo e indestrutível que não estava conectado a nenhuma rede sem fio. Era lá que estavam guardados os seus segredos e ele já o havia utilizado diversas vezes na presença dos seus filhos.

—Foi logo depois do nascimento do Kurima, eu estava no planeta paradisíaco onde gosto de me recuperar após o parto. Enquanto eu estava totalmente recuperado, eu estava prestes a sair, quando ele apareceu diante de mim.

—Eu me lembro. — O Snower interrompeu. —Toda a sua guarda foi morta, e isso me surpreendeu na hora, você não deu uma explicação credível.

—Hum. Mas não foi ele quem os matou. Fui eu. Para manter isso em segredo. Aqui está ele.— O Blizzard mostrou uma imagem holográfica, obtida no planeta paradisíaco. Um elfo inconfundível com uma longa barba. Uma espécie que o Snower não conhecia.

—Ele me disse que eu tinha muitos filhos. Que ele só aceitaria a nossa presença se nós nos limitássemos, e eu obviamente estava quebrando uma regra que meus ancestrais não haviam passado para mim, que era que não tínhamos o direito de nos multiplicar e conquistar ao mesmo tempo. Dá para imaginar isso? Eu que consigo ter mais de dois filhos, aprendo que a proeza de fazer quatro é proibida. Eu ri dele e lhe disse que se ele quisesse limitar o nosso número, ele apenas teria que nos matar.

O Snower engoliu em seco, apreensivo.

—E ele respondeu que eu era o único culpado, não os meus filhos, e portanto ele não iria matá-los, a menos que vocês também se desviasses da regra. E ele se lançou sobre mim.

O Pipo começou a soltar gotas de suor.

—E aquele velhaco deixou a minha cara deformada. Não há outras palavras. Não consegui dar nenhum golpe, não consegui impedir nenhum, fui patético comparado a ele. Ridículo, ruim. Enquanto eu tossia meu sangue, no chão, ele terminou a sua ameaça. Ele não estava, se for preciso notar, cansado, mal estava ofegante.

—O Deus então me ergueu e me deu golpes com um poder nunca antes visto. Sem dificuldade, é claro. Esses golpes me feriram gravemente. Só fui embora semanas depois, quando meus ferimentos não eram mais aparentes.

—Então você fica neste assento… — disse o seu filho.

—Por causa das minhas feridas, dois séculos depois, ainda não estão curadas. Sim, quando faço grandes movimentos, isso me causa dor.

O Snower e o Pipo ficaram pasmos.

—Então, o ser que derrotou o Chilled…poderia ser um Grande Kaioh?

—Eu não sei.

—Pai, dê-me todos os registros que o senhor tem sobre este rei do universo. Preciso investigar e descobrir o que ele realmente é. Se ele for relacionado a este planeta, nós saberemos!

—Estes são os seus apartamentos.

—Eu ainda não sou rainha.

—Quer dormir fora? Vai chover esta noite.

—Então os tsufurujins realmente sabem de tudo, até do futuro?

—Eles dizem que o tempo é fácil de prever.

—Quando é que eu vou conhecê-los?

—Você tem que ser rainha primeiro.

—Que seja.

A Hanasia se sentou na cama, depois se deitou, depois se sentou e se deitou novamente, dando tapinhas em todo o lugar.

—Que confortável! Isso é ótimo, eu nunca toquei em um material assim!!

—Os tsufurujins sabem fazer tecidos muito mais confortáveis ​​do que peles de animais.

—Perfeito. Agora se retire, vou dormir nisso e ninguém me perturbe! Whaaa é tãããão confortável…

—Eu estou saindo. Amanhã haverá um grande evento com lutas pela escolha do novo rei. Você terá as honras.

A cama tsufurujin era mesmo especial. A Hanasia se virou e voltou para dentro, deu mais um tapinha e se apoiou no colchão, era macio, era elástico, era incrível.

Então, de repente, ela se deu conta de que havia deixado a sua aldeia às pressas e sem aviso. Ela deveria perder algumas horas para tranquilizá-los? Bem, ela poderia muito bem deixá-los por alguns dias sem avisar. E eles também não sabiam sobre o estado de crise e os invasores, então eles não iriam se preocupar.

Realmente, na aldeia apenas uma pessoa estava preocupada, o contador de histórias. A Hanasia parecia ansiosa e saiu repentinamente sem avisar.

Além disso, ele havia voltado para a aldeia sozinho, sem ser capaz de explicar o porquê com credibilidade. Mas ele ficou mais tranquilo quando percebeu que nenhum aldeão achou que ele seria forte o suficiente para machucá-la. Ele ainda poderia desfrutar de uma refeição gratuita à noite, ele aproveitou a oportunidade para investigar.

—A Hanasia se tornou hiper-forte?

—Muito mais do que isso. Extraordinária. Invencível.

—Mas ela não derrotou o Guerreiro Milenar.

—Talvez não, mas…ele também era invencível. Ele também tinha a luz amarela.

—Conte-me mais sobre isso.

—A Hanasia já havia se tornado mais forte do que todos, incluindo esse general, Nizouki, que ela expulsou. E então ela desenvolveu a sua transformação. Seu cabelo fica amarelo e uma luz dourada sai dela. Seu olhar muda e ela se torna invencível.

—Invencível…

—Um monstro atacou a aldeia, era extremamente forte, matou vários de nós. E ela não conseguia vencê-lo. Mas então ela se transformou e o destruiu de uma só vez!

—Um monstro que pode matar saiyajins? Isso não existe. Ele se parecia com o que?

—Com um saiyajin.

—Mas ele não era um saiyajin. — Disse outro morador. —Ele era um monstro. Ele tinha uma espécie de raiva e não conseguia falar.

—Isso é muito estranho…

—Ele matou o Hartich, nosso ex-líder, e ele era muito forte. O Hartich fez reinar a lei sobre todas as aldeias vizinhas, eles podem lhe confirmar.

O Mahissu estava fazendo anotações mentais.