DB Multiverse

DBM Universo 4: Buu

Escrito por Arctika

Adaptado por Shadow the Hedgehog

Este comic está em pausa. A continuação virá em breve...


Parte 1 :0
Parte 2 :123456
Parte 3 :78910111213
Parte 4 :14151617181920
[Chapter Cover]
Parte 4, Capítulo 20.

Capítulo 20

Traduzido por Shadow the Hedgehog


Chegando na quarta aldeia, o Buu foi saudado gentilmente pelo líder desta nova pequena comunidade.

Ele foi convidado a se sentar no centro de um círculo que o chefe cavou na terra para a ocasião. Posicionado com as pernas cruzadas, ele fechou os olhos quando as palavras do namekuseijin passaram pelos seus ouvidos:

— Para esta provação, vou mergulhar a sua consciência em um estado de semi-transe. Vou me comunicar com ela mentalmente, no seu estado mais natural, e você será como um observador externo. Você estará no controle e poderá parar quando quiser, e não vou usar isso contra você. Mas o objetivo deste exercício é ajudá-lo a se livrar de coisas que podem lhe exercer alguma forma de pressão, mesmo que de forma inconsciente. Em resumo, é para ajudá-lo a relaxar diante de surpresas desagradáveis. Você está pronto?

O Buu estava relutante em perder o controle do seu corpo e mente, mas se lembrou do Dende realizando uma forma semelhante desse exercício. Resignado, o Buu consentiu e se deixou afundar em um estado de leve hipnose.

A sua consciência tocou a do namekuseijin. Tranquilizado pela boa fé do Gênio, o líder explorou a psique dele, enquanto sentia sensações estranhas.

Era habitual para ele observar minuciosamente tudo o que era possivelmente atípico. Mas ele nunca teria acreditado que seria apenas um olho banhando-se no imenso oceano da sua mente, que parecia tão distante e, ao mesmo tempo, tão próximo. Ele não era um fantasma observando seu corpo vazio, mas ele não era mais ele mesmo. Se ele já não tivesse passado por todas essas crises existenciais, quem sabe como ele poderia ter reagido a tal divisão na sua mente.

Deste ponto de vista externo, ele podia ver através da companhia do namekuseijin a totalidade da sua personalidade, bem como da sua complexidade. Tal como o Dende havia feito no passado, o Buu percebeu a imensa bola de nós formada pelos seus múltiplos absorvidos dentro do seu corpo. Centenas de emoções e memórias se acotovelando, só que mais como afluentes se juntando a um rio enorme, em vez de uma encruzilhada aterrorizante de incontáveis ​​dados conflitantes. No momento, a mente do Buu estava em paz e harmoniosa.

Embora fascinado pelo que poderia descobrir, o chefe namekuseijin decidiu levar sua exploração um passo adiante. Enquanto ele cavava mais fundo, ele viu que o Buu às vezes conseguia se deixar levar por acessos de raiva e não entendia as suas emoções. Quando ele enfrentou medos descontrolados, ele conseguiu se re-motivar e superar as suas apreensões. Ele estava determinado quanto ao futuro e portanto aproveitou ao máximo o seu presente.

Mas algo estava dormindo profundamente dentro do Gênio. Uma forma escondida no fundo do seu coração e alma. Um desespero selado na emoção da sua nova vida, e a perda momentânea do controle das suas emoções poderia despertá-lo, mesmo que ele não soubesse disso.

Quando o namekuseijin se aproximou desse ponto, o Buu decidiu quebrar o contato mental. De volta ao seu corpo, o Gênio se levantou de repente, completamente confuso. O chefe namekuseijin o observou com medo e cautela.

— D…desculpe — gaguejou o Buu, balançando a cabeça. — Eu me senti desconfortável…

— Não é nenhum crime querer se preservar — respondeu o chefe namekuseijin com um leve sorriso. — É um sinal de sabedoria saber parar sem sucumbir à vontade de ir mais longe. É assim que eu interpreto a sua reação. Sugiro, entretanto, que você tente se conhecer melhor em todas as circunstâncias, pois a ignorância pode levar ao medo, e o medo pode levar a consequências ruins.

Com isso, o chefe deu ao Buu a Dragon Ball de duas estrelas. O Gênio ainda estava perturbado com o que acabou de acontecer.

Enquanto ele voava para longe, as palavras do namekuseijin permaneceram gravadas na sua cabeça. Ele sabia que o seu corpo e a sua mente eram cada vez mais complexos. Ele estava tendo dificuldade em descobrir quem ele realmente era, o que ele queria se tornar. Mas ele já havia superado isso há muito tempo. Ele não entendeu o aviso do chefe namekuseijin.

O seu único medo era a sua fraqueza à magia, o medo de se tornar um simples prisioneiro novamente por toda a eternidade. O medo de morrer, basicamente. Mas para isso ele estava se preparando. Ele não poderia tê-lo traumatizado tanto assim! Que nêmeses ele temia inconscientemente?

Ele estava tão pensativo que não se concentrou em mais nada. Então ele não sabia que uma conversa telepática estava acontecendo sobre ele. Vendo o Gênio desaparecendo gradualmente no horizonte, o chefe franziu a testa e se comunicou com o seu congênere da aldeia seguinte:

"Eu acabei de testar o Buu."

"E então, como foi?"

"Eu concedi a ele o artefato sagrado. No entanto, há algo escondido nele. Ele é digno de confiança e se mostra muito respeitoso, mas se ele não ousar se aprofundar e enfrentar o que pode o desagradar, faltarão sabedoria e coragem para ele. Se quisermos ter certeza de que ele é digno dos valores que afirma incorporar, ele deve ser confrontado com os seus medos mais sombrios…"

Momentos depois, o Buu pousou na praça da quinta aldeia, onde o próximo chefe o esperava. Este último preparou um teste muito especial para ele.

— Para obter a Dragon Ball de quatro estrelas, você terá que encontrar o caminho para uma ilusão que vou criar na sua mente. Este exercício servirá para demonstrar as suas habilidades de luta, mas acima de tudo para medir a sua capacidade de discernimento. Mostre-me como você lida com o inesperado!

O Buu acenou positivamente com a cabeça e se submeteu ao teste do chefe namekuseijin. Pelo menos ele não estava arriscando muito em face de uma ilusão. Ele estava se acostumando com a magia e seria capaz de quebrar qualquer feitiçaria. Ele derrotaria qualquer inimigo fictício que aparecesse no seu caminho!


Caindo na ilusão, o Buu se viu em um labirinto nebuloso, cujo teto estava particionado. Impossível para ele voar sobre o vasto edifício para trapacear. O Gênio sorriu, dizendo a si mesmo que ele apenas tinha que correr muito rápido para todos os lugares até encontrar a saída.

Mas, quando ele deu apenas um passo, uma risada estridente ressonou com um eco doentio:

— Hu hu hu hu…

O Gênio congelou, um estremecimento de desgosto percorrendo pela sua espinha. Ele conhecia aquela voz. Ela era terrivelmente familiar para ele.

Balançando a cabeça, ele recuperou a compostura e começou a explorar o labirinto. Ele se deparou com alguns tipos de bolhas que flutuavam ao seu redor, mas não eram ameaçadoras. Elas continham imagens do seu passado: seus absortos, suas batalhas, suas vitórias. Ele sentiu nostalgia ao se ver lutando na Terra. Que provação tinha sido! Foi realmente o melhor momento da sua vida. Mas…ele não queria reviver isso. Ele apenas apreciava aquilo como um tesouro precioso sobre o qual agora estava construindo o seu futuro.

O Buu percebeu que essa exploração da sua vida visava ver se ele queria reproduzir os eventos dos quais poderia se arrepender, ou os massacres dos quais ele desfrutou e gostaria de repetir. Os namekuseijins sabiam que o Buu era por natureza uma criatura dedicada à destruição e queriam ver se ele via os benefícios da sua evolução. Que pena para eles, pois o Buu já havia respondido essa pergunta!

"— Buu, devolva aqueles que amamos, eu imploro!"

Uma bolha gritou para ele, com o rosto da Videl. O Buu cambaleou por um segundo, mas o seu rosto endureceu rapidamente.

— Hin, então é isso que o senhor está procurando? — gritou ele enquanto a sua voz ecoava na ilusão. — Não se preocupe, os meus absorvidos são meus! Eu tomei minhas resoluções e nada vai me mudar de ideia! Boa tentativa de qualquer maneira.

De repente, a atmosfera ficou mais pesada, e a voz gélida que ele tinha ouvido antes se manifestou novamente:

— Ki ki ki!

Quanto mais ele progredia, mais desconfortável o Gênio se sentia. Ele sabia que esse teste iria colocá-lo em toda a sua vida, para ver como ele reagiria, se ele era capaz de experimentar sentimentos como a culpa ou a determinação. A única coisa que ele não entendeu foi como essa ilusão testaria as suas habilidades de luta.

Novas bolhas apareceram, retornando-o ao seu estado de balão sem cérebro enquanto ele obedecia às ordens do Babidi. Que humilhação para ele! Ser submetido a tal verme, sem ser dotado da menor inteligência…O início da sua existência foi realmente a pior época da sua vida. Sendo preso, sendo manipulado…nunca mais. Só ele decidiria o seu destino agora!


Poucos minutos depois, ele entrou em uma grande sala circular. Parecia-se com aquela que ele havia preparado especialmente dentro do seu próprio corpo para lutar contra o Son Goku, após absorver o Vegeta.

Ele ficou em dúvida, intrigado, quando a resposta apareceu na sua frente. Ele viu o Gotenks e o Son Gohan aparecerem do nada na frente dele, inexpressivos e silenciosos. A fusão estava no nível 3 e o Gohan em todo o seu potencial.

— Ei, essa é uma luta que eu gosto — debochou o Buu, liberando a sua energia. — Eu sou mais forte do que vocês dois juntos, eu sou aquele que os possui agora!

Ele calmamente bloqueou os golpes dos saiyajins e agarrou o pequeno braço de Gotenks, usando-o como um mangual para atingir o Son Gohan com ele. Enquanto os dois eram impelidos pela sala, o Buu estendeu a mão e os borrifou com uma rajada de Kikohas poderosos que fez as ilusões desaparecerem.

— Essas lutas nem são mais divertidas — o Buu suspirou, relaxando. — Fiquei muito forte por causa deles, eles não poderiam me distrair mesmo se voltassem de verdade. Se o teste era para saber o que eu quero, ou saber se seria bom deixá-los ir ou não, então a resposta é não, eles são meus!

— Hi hi hi hi…

"Esse riso de novo…" pensou o Buu, que estava tendo calafrios apesar de tudo.

Como ele estava realmente ficando farto de tudo isso, a sala ao seu redor mudou. Um estranho casulo então apareceu alguns metros à sua frente. Um casulo contendo…

Majin Buu.

O gordo.


Ao lado do casulo, Vegeta e Son Goku em Super Saiyajin dois. Ambos o observaram com um sorriso satisfeito.

— A gente sabe como vencê-lo, Buu — falaram em uníssono. — Se você está aí, é porque não reagimos com rapidez o suficiente. Mas o que teria acontecido…se tivéssemos?

Os dois saiyajins se prepararam para cortar os fios do casulo. Embora isso fosse apenas uma ilusão, um instinto de terror disparou no Buu, que ele não conseguiu suprimir.

— Não! — ele gritou, correndo na direção deles.

Quando ele estava prestes a alcançá-los, eles desapareceram de repente, deixando apenas escuridão ao redor do Gênio, que se viu repentinamente paralisado. Como se ele estivesse preso na bola novamente.

"Mas o que está acontecendo?" o Buu entrou em pânico, tentando se debater.

— KU KU KU KU!

Os risos de momentos atrás ficaram mais altos e mais opressores. Como o Buu foi dominado pela angústia, ele sentiu uma presença no seu ponto cego. Ele de alguma forma conseguiu virar a cabeça, e o que viu o assustou e o deixou nauseado.

O que estava a centímetros do seu rosto era o sorriso malicioso da sua aparência original. O garoto destrutivo e desmiolado que só pensava em destruir tudo. O pequeno rebelde incontrolável…que nasceu nas sombras e na servidão.

Enquanto o Majin Buu ria e preparava uma onda crescente na sua direção, uma voz escandalosa ecoou na mente do Buu. Uma voz que ele reconheceu muito bem.

"Esta é a sua única natureza, Majin Buu", o Bibidi sibilou para ele com a sua voz estridente. "Você é apenas um escravo que eu criei para governar o universo. Isso é o que você sempre foi. Este desenvolvimento pelo qual você passou é apenas um acidente como tantos outros. Remova os seus absorvidos, e você se tornará mais uma vez o servo da minha magia negra. Você acha que está em uma ilusão? Esta é a sua vida. Você nunca será livre. Você nunca será nada mais do que uma besta selvagem."

O Majin Buu deu uma risada terrível e lançou uma onda de energia avassaladora que atingiu o Buu com força total. Enquanto ele se desintegrava, as palavras da ilusão ficaram gravadas na mente do Gênio…

O Buu de repente abriu os olhos e caiu de joelhos, ofegando e tremendo. O chefe namekuseijin queria se aproximar dele, mas ele hesitou quando viu a faísca de loucura brilhando nos olhos do Gênio. Ao redor deles, os namekuseijins estavam assustados.

— O senhor! O que o senhor fez comigo?? — ele gritou com o chefe, com raiva. — Você se diverte em me atormentar assim?

— N…não! — respondeu o chefe namekuseijin. — O objetivo dessa provação era confrontá-lo com as suas memórias, para ver se você poderia superá-las! Qualquer guerreiro digno e sábio deve saber como aceitar quem ele é, e não ser dominado por emoções negativas ou seus medos profundos. Essa ilusão surgiu com base na sua mente, Buu. Ela o fez perceber o que você temia subconscientemente.

"O que eu temia?" o Buu repetiu inconscientemente. "É…voltar a ser quem eu era?"

Recuando, o Buu sentiu como se tivesse sido atingido por uma assustadora verdade.

Era verdade.

Se ele se recusou a renunciar os seus absortos, não foi apenas por egoísmo ou desejo de perfeição. Também era por causa do seu medo de regredir. De perder o que ele ganhou com muita dificuldade.

De se tornar novamente esse pesadelo ambulante que personificava o pior da sua pessoa. Este Majin Buu que todos conheciam das lendas antigas. Mesmo que ele tivesse ganhado milhões de vezes em inteligência e emoções, elas eram apenas camadas sobre a base eterna da sua origem: um menino escravo.

E assim como ele ainda estava sujeito à magia de aprisionamento do seu antigo mestre, não havia nada para garantir a estabilidade do seu estado atual. E se, infelizmente, ele perdesse os seus casulos antes de tê-los assimilado totalmente? Ele temia mais do que qualquer coisa voltar ao ponto de partida. Quanto mais ele evoluía, mais essa angústia o dominava inconscientemente.

No fim das contas, o Buu estava longe de ter enterrado os seus demônios internos. O medo de morrer, o medo de ser derrotado, o medo de ser preso…e agora, o medo de ser acorrentado para sempre a esta natureza maligna.

No entando, ele não estava tão chateado quanto pensava. Ele pensou na sua estadia na Terra. Nas suas conversas com o Dende, com o mestre Kame, com o Satan, com os terráqueos. O seu aluno, Thorn. O mundo das areias, Icarion.

Ele não era um monstro irrecuperável, ele tinha provado isso!

Então esse é o propósito desta provação em particular…que ele aceite totalmente a totalidade da sua existência, e que ele não esconda nenhum dos seus medos bem lá no fundo. Porque se o fizer, eles o beliscariam por toda a eternidade e talvez se tornassem realidade como resultado.


O Buu parou por um momento para recuperar o fôlego e se acalmar. Ele se ajoelhou, fechou os olhos, inclinou a cabeça e disse ao chefe namekuseijin:

— Obrigado por esta lição que a sua ilusão me permitiu entender. Receio que ainda tenho um longo caminho a percorrer.

O namekuseijin fez um sinal com a cabeça, satisfeito.

— Você está mostrando sabedoria. É nobre ser humilde diante de tais choques.

— Obtive assim a sua Dragon Ball, ó chefe desta aldeia? — perguntou o Buu, erguendo a cabeça.

O chefe namekuseijin não respondeu imediatamente, ponderando intensamente o que havia acontecido.

— …Não, não considero que o evento tenha tido o sucesso esperado.

— Perdão? — o Buu reage, surpreso. — Mas…eu testemunhei da minha sabedoria e caminhei por essa ilusão com louvor!

— Essa impressão é compreensível, mas se a conclusão deste exercício for positiva, a sua realização mostra que você não está pronto para receber o tesouro do nosso povo. Você luta muito bem, e a sua relação com as suas memórias mostra que você sabe mostrar saudade e gentileza. Mas em nenhum momento você considerou a possibilidade de se questionar sobre o motivo das suas ações. Você só tira almas por egoísmo. Seria tão terrível assim devolver esses terráqueos aos seus entes queridos? Seria uma perda tão grande? Você se apega a suposições e, mesmo que não os tivesse renunciado, se você apenas tivesse considerado fazer isso, eu teria concedido a você a Dragon Ball. Eu entendo o seu medo de se tornar o monstro que você era novamente. Mas você não estava ouvindo aos seus sentimentos. Apenas à sua superioridade.

O Buu não conseguiu pronunciar uma palavra, espantado com o que ouviu. Por esta simples razão, este namekuseijin se atreveu a recusar? Após este trauma que o confrontou à força e com o qual aprendeu novas lições, ele foi impedido de ter acesso à sua recompensa, apenas por ter se mostrado egoísta?

No final das contas, eles não entenderam quem ele era. Ou talvez ao vê-lo tão dócil como um cordeiro, eles pensaram que estavam seguros e poderiam ser rígidos com ele. Ele teria que lembrá-los de que não era apenas um samaritano.

Um brilho de raiva começou a iluminar os seus olhos, fazendo com que o chefe, trêmulo, recuasse. Os outros namekuseijins também estavam apavorados com o comportamento severo que o Gênio portava agora.

— Eu passei pela sua provação e cresci graças a ela. E por um simples detalhe da minha personalidade, eu não teria o direito de ceder aos meus desejos? Você tem coragem, namekuseijin. Mas não me faça usar os mesmos métodos do Freeza. Fui cortês e tive que reviver algumas coisas extremamente desagradáveis ​​para ganhar o que é meu por direito. Chega de gracinhas, dê aquela Dragon Ball para mim e vou deixá-lo em paz.

O chefe namekuseijin olhou para os seus companheiros e ficou em silêncio por alguns momentos antes de responder com firmeza:

— Esta é a prova do que eu e meus irmãos pensamos durante as suas provações. Você sabe ser sábio e empático, ouvindo o mundo ao seu redor. Mas você também é impulsivo, irracional e zangado. Os outros deram a você os seus artefatos após validar certos pontos do seu caráter. Mas aqueles pelos quais eu o julguei provam que você não é digno da nossa Dragon Ball. Deixe este mundo e medite sobre as suas falhas. Você pode ser capaz de refazer as provas depois de trabalhar nos se—

Um raio fino perfurou o seu peito, interrompendo-o na sua frase. Quando o seu corpo sem vida caiu no chão, o Buu não deu aos outros namekuseijins tempo para gritar ou mesmo perceber o que ele tinha acabado de fazer, e os matou brutalmente. Em segundos, não havia sobreviventes restantes.

O Gênio respirou fundo e relaxou. Ele sentiu uma ponta de remorso pelo seu ato, mas também não se sentiu realmente culpado. Aqueles namekuseijins o haviam entendido mal. Porque ele amava o Dende e os terráqueos; porque ele estava inclinado para o Bem, assim como para o Mal; porque ele era amigável e generoso; tudo isso não o tornava santo, pelo contrário. Ele conhecia as falhas que tinham sido enumeradas para ele. Ele as tinha aceitado, essa era a sua natureza. Mas eles não aceitaram. Eles só queriam ver nele um Son Goku, corajoso e gentil. Ao confrontá-lo com as suas origens, eles apenas consolidaram a sua própria resolução: ninguém o julgaria, ninguém se colocaria no seu caminho. Ele queria algo, e ele conseguiu. Se o recusassem…ele pegaria mesmo assim.

Satisfeito, o Buu ergueu o braço na direção do casebre do chefe namekuseijin e dobrou o dedo indicador na direção de si mesmo. A Dragon Ball de quatro estrelas imediatamente o alcançou por telecinese. O Gênio riu com o pensamento de que logo o Porunga seria seu, e responderia a todas as suas perguntas.

Momentos depois, o Buu silenciosamente recuperou a sexta Dragon Ball, pegando-a sem pedir ao seu guardião. Ele havia destruído a sua casa com uma explosão de energia, para fazê-lo entender que era melhor não protestar.

Agora ele estava na sétima aldeia, onde o Muri o esperava, horrorizado e desamparado. Ele se sentiu duplamente culpado por cometer o mesmo erro que cometeu com o Freeza, dando as boas-vindas a um ser poderoso que poderia facilmente dominá-los; e acreditando que o Buu havia estabelecido limites para si mesmo. Os seus sentimentos não o impediram de cometer atrocidades, muito pelo contrário. O Buu não se importou, agora. Ele gostava dos namekuseijins, mas a sua amizade pelo Dende não iria privá-lo do que ele queria: as Dragon Balls do seu povo.

O Buu massacrou um guerreiro namekuseijin que tentou barrá-lo com um único golpe na cabeça, matando-o instantaneamente. Ele massacrou quase toda a aldeia por diversão. Logo, apenas o Grande Chefe estava vivo.

Ele ergueu a mão novamente, e a última Dragon Ball que estava na sua casa se juntou às outras levitando ao redor dele. Ele deu ao Muri um olhar divertido e disse:

— Se parar para pensar sobre isso, eu consegui quatro das sete…eu consegui mais da metade delas, então, por direito, elas pertencem a mim, he he!

— Monstro — retrucou o Muri. — Eu o cumprimentei com gentileza e prometi ao meu povo que eles estariam seguros. Você não tem palavra, então?

— Aceitei o seu desafio para me divertir, decano — respondeu o Buu com um grande sorriso. — Mas nunca, por um momento, considerei que não teria as Dragon Balls. Nada neste universo estará fora do meu alcance. Ninguém pode me impedir, de maneira alguma. Você terá que se acostumar com isso.

— …você acredita mesmo nisso? — respondeu o Muri, direcionando seus dedos estendidos na direção da sua garganta.

Mas antes que pudesse realizar o seu gesto suicida, ele foi paralisado por uma corda de gelatina rosa que o aprisionou e o impediu de fazer o menor movimento. Ele estava amordaçado e amarrado.

— Ah não — sussurrou o Buu. — Eu não tinha certeza se você ousaria fazer isso, mas é melhor estar preparado para qualquer eventualidade, certo? Mas foi uma boa tentativa, admito.


O Buu colocou as Dragon Balls no chão e se preparou para conjugar a aparição do Porunga. Foi então que ele sentiu várias energias se aproximando. Vários guerreiros namekuseijins pousaram e viram com horror a matança, e o seu Grande Chefe à mercê deste demônio. Louco de raiva, um deles exclamou:

— Meus irmãos, deem-me sua força! Eu vou cuidar dele!

Imediatamente ele estendeu as mãos para os namekuseijins mais próximos, que se deixaram agarrar. Eles foram cercados por uma luz brilhante e desapareceram, fundindo-se no corpo do seu companheiro em energia pura. Enquanto eles continuavam fazendo o mesmo com outros, o Buu os observava em silêncio, curioso para ver o que estava por vir.

Depois de assimilar quase seis guerreiros namekuseijins, o último lutador correu direto para o Gênio e o atingiu com a ponta da mão. O Buu se inclinou para trás para se esquivar facilmente. Ele tentou derrubá-lo, mas o namekuseijin era mais rápido do que o Buu imaginava. O último acertou o seu punho namekuseijin com força total, que se cravou na bochecha do Gênio.

O namekuseijin se engasgou, satisfeito a princípio, depois deu-se lugar a uma expressão de terror. O Buu nem mesmo cambaleou, e os seus olhos brilhantes encararam esse oponente surpreendente com atenção redobrada.

— Nada mal! — exclamou ele. — É um fenômeno muito curioso que você me mostrou. Vou, portanto, recompensar a sua ousadia e temeridade. Mostrando para você o que é assimilação de verdade!

Com essas palavras, o Buu imediatamente absorveu o seu inimigo, que não conseguia reagir à velocidade do Gênio. Ele riu, feliz por ter obtido um espécime tão interessante. Ele já tinha o Piccolo, mas este era um modelo muito mais recente, que ele poderia estudar para entender melhor a assimilação namekuseijin.


O Buu olhou para o Muri e disse:

— Aquela foi a sua última esperança, não é? Mas, só para garantir…

Ele ergueu o braço em direção ao céu e lançou um turbilhão de tiros de energia que varreu o planeta. Os raios cobriram a superfície de Namekusei e mataram friamente os habitantes sobreviventes. O Muri gemeu, horrorizado com este genocídio brutal.

E agora…

— Bom, voltemos para cá! — gritou o Buu, batendo palmas. — A hora chegou! Takka rapto pop polunga pupilitto paro!

Sem perder tempo, ele pronunciou a fórmula namekuseijin para fazer o Porunga aparecer. Sob os olhos indefesos do Grande Chefe neutralizado, os céus escureceram e uma luz brilhante surgiu na direção da abóbada celeste. Gradualmente, o grande dragão sagrado dos namekuseijins tomou forma, observando o seu invocador a partir da sua estatura elevada.

— Você que reuniu as sete Dragon Balls…declare os seus três desejos. Vou concedê-los, sejam eles quais forem.

— Excelente — respondeu o Buu em namekuseijin. — Os meus desejos já estão prontos, ó Porunga. Primeiro…quero que me conte sobre as suas origens, os seus poderes! Por quais maravilhas você pode alcançar tudo? Diga-me!

O Porunga fixou os seus olhos dragônicos no Buu e soltou um grunhido ensurdecedor.

— Eu cumpro os desejos daqueles que me invocam através da magia ancestral dos namekuseijins.

— Eu já suspeitava disso — debochou o Buu. — Mas você pode me contar mais? Que forças cósmicas você usa para ressuscitar uma pessoa? Seus olhos ficam vermelhos e então…isso é tudo? Penso nisso, e está feito, o desejo é concedido?

— Estou apenas usando os poderes que o meu criador me deu. Não posso entrar em mais detalhes.

— O que? — gritou o Buu. — Por que você não pode me dizer? Você é capaz de dar a imortalidade, você só tem que estalar os dedos! De fato, deve haver uma explicação para esses milagres! Eu pergunto novamente, eu desejo entender a natureza da sua magia!

— A magia namekuseijin é a magia namekuseijin, nada mais. Não há necessidade de investigar mais. Pergunte o que quiser, será fácil. Você não precisa entender.

— Grr… — rosnou o Buu, cruzando os braços.

Este dragão já estava torrando a sua paciência. Ele guardou zelosamente o segredo da sua magia para si mesmo, essa era a única possibilidade. E ele não sabia como interagir com ele. O Piccolo Daimaoh matou o Shenlong na época, então eles eram criaturas físicas e mortais. Mas eles ainda eram entidades mágicas.

Antes de tentar coagir o maldito réptil, ele tinha que ser esperto. O dragão era bem capaz de fugir antes dele conseguir o que queria.

— Você já fez o seu primeiro desejo — disse o Porunga. —Estou esperando o segundo.

— Perdão? — disse o Buu, cerrando os punhos. — Você considera isso um desejo? Você está exagerando, dragão! Quais são essas regras que o mantêm em movimento? Eu estou perdendo a minha paciência agora! Eu quero que você me diga que magia permite que você dê vida aos mortos!

— Mais uma vez, não posso responder ao seu pedido — rosnou o Porunga. — Tudo o que posso dizer é que isso constitui uma barganha entre o guardião do outro mundo, a pessoa ressuscitada e eu. Mas não posso falar sobre a natureza dessa magia. Você só tem mais um desejo.

Uma penumbra de cólera cobriu o rosto do Buu, mas o Porunga permaneceu imperturbável. No final das contas, esses dragões místicos eram uma praga. Ele esperava mais conciliação dessas criaturas que deveriam realizar os seus desejos mais queridos. O dragão estava se esforçando para lhe dar respostas vagas e imprecisas de propósito. Sem dúvida, o dragão considerou esses pedidos como desejos, mas isso não satisfez o Gênio de forma alguma.


Enquanto ele estava prestes a perder a paciência para sempre, um pensamento cruzou a sua mente. Se ele fosse uma entidade viva, material, ele poderia muito bem tentar absorvê-la também!

O Buu riu alto e se converteu em uma enorme massa de gelatina rosa que envolveu o grande dragão em alguns instantes. Mas, em vez de encolher e retornar à sua forma original, a gelatina permaneceu estática e de repente foi espremida em milhares de pedaços espalhados. O Buu se recuperou imediatamente, atordoado.

— Não funciona? — ele se perguntou. — Mas o que é você, final?

— Estou esperando o seu terceiro desejo — repetiu o Porunga. — Se você não tiver mais nenhum, eu irei embora.

O Buu estava pensando rapidamente no que ele poderia fazer. Matar o Porunga era a pior coisa a se fazer. Absorver era impossível. Ele só poderia tentar um último desejo, mas se isso não funcionasse, o dragão iria desaparecer por vários meses. E elas iriam se dispersar…

…só que não!

As Dragon Balls de Namekusei nunca deixam o seu criador!

E então…ele era o mais capaz de dar a ele tudo o que ele queria!

Ele se virou para o Muri e deu um sorriso malicioso. Ele então disse:

— Dragão, o meu último desejo é este: eu quero ser capaz de absorver as Dragon Balls sem que elas percam o seu poder; contanto que quem as criou permaneça vivo e não as deixe, você deve ficar bem, certo?

— Esse desejo é possível — respondeu o Porunga, juntando o dedo indicador e o polegar para validar. — É fácil.

Os seus olhos vermelhos brilharam enquanto o seu poder mágico se desdobrava. O Buu não sentiu nenhuma mudança particular no seu corpo, mas fazia sentido. A magia do Porunga se aplicava às Dragon Balls, não a ele. Se o seu desejo estivesse claro, ele poderia absorver estes artefatos mágicos e estudá-los à vontade. Bastava adquirir o Grande Chefe para que ele próprio fosse considerado o único criador e dono dessas bolas sagradas!


O Porunga acabou de realizar o último desejo e se despediu do Buu. Desaparecendo, o céu se tornou claro novamente quando as Dragon Balls se transformaram em pedra, desabando no chão. Impaciente para se entregar a uma nova infinidade de possibilidades, o Buu se voltou empolgado para o Muri, que estava com os olhos esbugalhados e tentou em vão se libertar.

— Obrigado pela sua hospitalidade e sábios conselhos, Grande Chefe — disse o Gênio, fingindo se curvar respeitosamente. — O senhor é prudente e perspicaz. Sem dúvida você merece o seu lugar dentro da minha pessoa gloriosa. Não tenha medo! Não vou mergulhar o universo no caos! Eu serei suficientemente moderado…

Feito isso, ele inclinou o dedo indicador na sua própria direção, e as amarras do Muri se transformaram em uma geleia que envolveu o velho namekuseijin antes de puxá-lo para si.

E então, o Buu sentiu a sua mente ficar ainda mais forte, assim como um pouco do seu conhecimento mágico. Encantado, ele fez o mesmo com as Dragon Balls, que por sua vez foram incorporadas ao seu corpo.

Ele fechou os olhos e sondou toda a plenitude do seu ser: esses objetos estavam perfeitamente compatíveis dentro dele, mas não como esperava. Elas não eram bolas em casulos; não havia inventário em algum lugar de uma célula, ou alguma ideia maluca como essa. Elas eram apenas parte do seu ser, como a assimilação ou a fusão. Sem qualquer influência na sua personalidade, ou efeito negativo.

Ele esticou o braço à sua frente e tentou espremer a palma da sua mão estendida. Muito rapidamente, ele entendeu como funcionava e viu uma das esferas aparecer. Satisfeito, ele a reintegrou e encontrou a localização de Icarion para retornar. Ele não tinha mais nada a ver com Namekusei.


No entanto, antes de se teletransportar, ele deu uma última olhada no planeta morto que ele acabou de purificar de toda a vida. Ele acabou de assassinar o povo do Dende a sangue frio. Com este pensamento, uma inquietação apoderou-se do seu peito. Ele havia perdido a paciência e não tinha dúvidas do ressentimento que o deus da Terra teria por ele.

O Buu relativizou dizendo para si mesmo que não havia feito nenhuma promessa aos terráqueos, a não ser a de não os fazer mal. O Gênio estava livre para fazer o que quisesse, e se ele quisesse exterminar populações inteiras, esse problema era dele. Ou melhor dizendo, era um prazer.

Mas ele não gostou da ideia de que o Dende pudesse rejeitá-lo, principalmente depois da ajuda que o jovem namekuseijin lhe deu. Ele tinha sido atencioso e mais do que gentil com ele. Ele não queria que aquela infeliz explosão de fúria quebrasse o seu relacionamento com o Dende e os terráqueos para sempre.

O Buu sorriu com o pensamento de que ele poderia convocar o Porunga em alguns meses para ressuscitar todas as suas vítimas. Ele seria capaz de usá-las novamente assim que estivessem ativas de novo.


Enquanto ele se teletransportava, um lampejo cruzou a sua mente. E se ele pudesse ativá-las antes do esperado? E se, estudando-as apropriadamente e apoderando-se dos seus poderes…ele mesmo pudesse ressuscitá-los?

Desenhado por:

Ooveruzaoo      

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