DB Multiverse

DBM Universo 16: A fusão de duas vidas.

Escrito por Syl & Salagir

Adaptado por Virgílio212 & comunidade

No momento em que Vegetto entrou no corpo de Buu, ele fez uma escolha: manter o escudo (U16) ou desfazê-lo (U18). Esta é a história do que aconteceu depois… Embora Vegetto tenha salvado o Universo, Son Goku e Vegeta, eles definitivamente desapareceram...


Parte 1 :12345678
Parte 2 :91011121314
[Chapter Cover]
Parte 2, Capítulo 10.

Capítulo 2: uma agenda lotada...

Traduzido por Virgílio212


Quando Gohan e Videl chegaram, todos já estavam sentados. Chichi repreendeu-o, gritando:

— Gohan-chan! Por que você está chegando só agora?

Tomado por uma expressão de culpa, Gohan se viu coçando a nuca, tentando inventar alguma justificativa enquanto ele e Videl sentavam-se.

— Sinto muito por começarmos sem vocês, mas Vegetto se recusou a ir buscá-los, não sei bem o porquê... — disse Bulma, suspirando.

Gohan encarou seu pai, que respondeu com um pequeno sorriso no canto do rosto e uma piscada rápida de olho. Gohan sentiu seu rosto pegar fogo, buscando imediatamente distrair-se através da digna refeição enquanto tentava fingir normalidade. Videl riu ao ver a reação de seu marido ao constrangimento em que se encontrava, mas apressou-se a segui-lo ao pegar uma tigela de arroz para si própria. Bulma, aproveitando que todos finalmente estavam ali, começou sua explicação:

— Escutem, discutimos tudo, Vegetto, Chichi e eu sobre como iríamos fazer tudo isso. Primeiramente, determinaremos a área limite. Os robôs ficarão responsáveis por dar a volta no planeta e calcular sua área exata de superfície. Farão isso hoje à noite. Pela manhã, todos vocês estabelecerão os limites dos campos.

— Quem está incluído em "vocês"? — questionou Gohan, sabendo bem que ele estaria entre os sorteados.

— Todos aqueles que conseguem voar rápido o bastante para dar a volta no planeta em vinte minutos...

Gohan, Trunks, Goten, #18, Kulilin e Vegetto soltaram um suspiro pesado. Videl, por sua vez, perguntou:

— Então eu também tenho que ir?

— Não, você nos fará companhia! — Chichi e Bulma responderam em uníssono, ambas sorrindo.

A jovem respirou fundo, aliviada. Kulilin, entretanto, protestou:

— Mas ela também sabe voar e é tão rápida quanto você disse! Por que ela tem o direito de descansar e nós não?

— Você não ousaria obrigar uma jovem frágil a fazer trabalho pesado, não é?! — Bulma respondeu-o, uma aura poderosa subjulgando o anão.

— Bem, eh... Não, mas... Também preciso ficar com minha filha... — ele ainda insistiu, recuando.

— Nós faremos isso por você, não se preocupe! — disse Chichi, acariciando os cabelos loiros de Marron enquanto o fazia.

Kulilin apoiou seu cotovelo sobre a mesa, posicionando seu rosto sobre a palma da mão, claramente de mau humor. A refeição, entretanto, continuou a correr bem. Vegetto comeu ainda mais que antes, causando uma preocupação mútua no grupo que ninguém pareceu motivado o suficiente para comentar sobre. Quando todos já tinham acabado seus respectivos pratos, Bulma apressou-se para ativar seus robôs — não sem antes fortalecer o propósito destes — e confiou-os aos cuidados de seus amigos, que voaram até as direções que a cientista havia lhes indicado com o intuito de posicioná-los conforme suas instruções. Quando todos retornaram, Bulma disse, sorrindo com certo orgulho:

— Amanhã de manhã teremos as esquemas deste planeta. Daí, então, eu poderei determinar sua formação de forma mais precisa...

— Determinar o quê, por exemplo? — Gohan perguntou, curioso com a afirmação.

— Bem, dados mais precisos da superfície, como a porcentagem de florestas, mares, montanhas, o diâmetro do planeta, a localização exata dos polos... — enumerou pensativamente a cientista, indo até sua maleta-cápsula que descansava ali por perto.

Sua atenção foi voltada para uma das cápsulas que descansavam sobre o acolchoado, pegando e jogando-a contra um vasto espaço vazio próximo após ativá-la, revelando um telescópio imponente; um exemplar muito além daqueles usados até pelo mais avançado dos laboratórios. Gohan, admirado, questionou:

— Oh, o que você pretende fazer?

— Com ele, eu serei capaz de calcular a distância exata entre este planeta e o sol, ver quantos planetas existem ao todo neste sistema e localizar os satélites naturais deste e de outros astros, também pretendo calcular o tempo de translação ao redor de sua estrela e o tempo de rotação de Última Esperança ao redor do seu próprio eixo...

Os olhos de Gohan foram tomados por um fascínio infantil pelas inúmeras funções únicas deste telescópio, claramente curioso para saber como cada uma funcionava. Astronomia sempre foi um de seus tópicos favoritos de estudo. Maravilhado pela criação, um sentimento de nostalgia tomou conta de si, levando-o de volta à época em que, quando criança, costumava contemplar as estrelas com o pai antes de ambos adormecerem sob as luzes da noite.

— Eu poderia te ajudar com alguma coisa? — o jovem disse a Bulma, sua excitação visível.

— Com toda certeza. Eu já ia te pedir isso, inclusive. — respondeu ela, sorrindo de volta.

Gohan deu-lhe um enorme sorriso e depois voltou sua atenção aos céus. O sol já estava próximo de se pôr, talvez ele chegue ao horizonte em pouco menos de uma hora. Buscando aproveitar os últimos minutos de sol, ele partiu logo em seguida com Videl. Kulilin olhou para Marron, que estava brincando com Trunks, Goten e Spike, o lagarto de estimação do membro mais novo da família Son. Ele, então, sorriu para sua esposa.

— Me parece que temos vamos ter algum tempo para nós mesmos...

— Que tal aproveitarmos da oportunidade e darmos uma volta? — a ciborgue ofereceu, sorrindo de volta.

— Para onde? — perguntou o terráqueo, dando-lhe um olhar curioso.

— Avistei uma planície bem bonita próxima daqui. Poderíamos ir e dar uma olhada, se quiser.

Seguindo a deixa de sua parceira, Kulilin voou atrás dela, buscando alguns minutos de privacidade. Bulma suspirou ao notar que Trunks, Goten e Marron corriam em direção à floresta enquanto seguiam o novo amigo deles. E então, ela, Chichi e Vegetto encontraram-se sozinhos novamente. Ambos pareciam conversar alegremente, rindo enquanto o faziam; sem se ver incluída, ela decidiu que iria explorar parte dessa terra desconhecida ela mesma. De suas cápsulas, ela tirou uma que continha um pequeno kart que funcionava à base de eletricidade (Vegetto insistiu na importância de manter o ar deste planeta puro) e partiu em sua própria jornada. No acampamento, ficaram apenas Chichi e Vegetto.

— ... E então o Goten teve que colocar o cachorro de volta no chão. Você deveria ter visto o rosto dele! Coitado, eu estava completamente dividido, estava prestes a dizer a boa moça para ela ter mais cuidado com os próprio animais ou a arrancar eu mesmo os cachorros das mãos dela e devolvê-lo ao Goten! — disse Vegetto com um sorriso.

Chichi caiu na gargalhada, visualizando em sua cabeça o rosto do pobre Goten ao descobrir que o cachorrinho já tinha uma dona. Entre dois suspiros de seu riso, ela conseguiu dizer:

— É... Me parece bem a cara dela fazer cara de coitado, mesmo!

A dupla permaneceu rindo por mais algum tempo, alternando entre os assuntos, mas logo tudo se acalmou. Vegetto então, aproveitando a deixa, decidiu passar a conversa para um tema mais sério:

— Você... Pensa em se casar novamente, Chichi?

Esta deu-lhe um olhar perturbado. Vegetto, por sua vez, continuou:

— É um direito seu, afinal, Goku está morto. Acredito que se você quiser reconstruir sua vida...

Chichi interrompeu-o com um suspiro pesado, seguido de um sorriso.

— Não. Eu não pretendo me casar de novo. Goku-san foi meu primeiro amor, e, como tal, ele vai tomar esta posição em meu coração para sempre. Acho que nunca vou acabar conhecendo mais ninguém, muito menos amá-lo como o amei.

Vegetto sorriu para ela. Chichi era uma mulher forte e verdadeiramente independente. É verdade que ela certamente não precisava de outro homem em sua vida, ela tinha seus dois filhos e ele próprio para ajudá-la, afinal de contas. O saiyajin se levantou e esticou os braços, espreguiçando-se. Fazendo um movimento para estalar as costas, ele disse:

— O que acha de irmos explorar um pouco mais do lugar em vez de ficarmos só os dois no acampamento sem fazer nada?

Sem dar-lhe tempo para responder, ele levantou Chichi em seus braços e voou para longe com uma velocidade assustadora. Chichi soltou um longo grito que, enquanto desaparecia no horizonte, transformou-se aos poucos em uma explosão de risos. 

[\n A recomendação do tradutor aqui é escutarem a música What A Wonderful World para esse pedaço, do Louis Armstrong.]

— Mais alto!! — exigiu-lhe.

Vegetto obedeceu e ganhou ainda mais altitude. Mas, ao sobrevoar um lago próximo, ele desceu novamente, acompanhado por outro grito de Chichi. Seu voo se estabilizou a alguns centímetros da superfície e seguiu sobre sua extensão azul. Chichi deslizou sua mão sobre a superfície, dedilhando a água enquanto ria com alegria. Pequenas gotículas respingavam sobre seus rostos sorridentes. Uma vez aproximando-se da margem, Vegetto endireitou seu voo e recuperou a altitude perdida. Por um momento, ambos acompanharam um cardume de pássaros de coloração preta com bicos brancos e, em seguida, partiram em direção a uma montanha próxima. Lá, ele baixou sua altitude novamente até chegar a uma rocha plana, onde alguns tufos de grama cresciam aqui e ali. À frente da dupla, o sol se aproximava cada vez mais do horizonte. O sol aos poucos assumia uma cor mais amarelo-alaranjada até se tornar o laranja característico do fim de tarde. Quando restava apenas o topo do sol, uma cor vermelha invadiu a atmosfera por alguns minutos antes que a estrela desaparecesse completamente sob o horizonte. Ambos acompanharam-no juntos e, quando a noite já tinha seu início, Vegetto subiu Chichi em seus braços novamente para que voltassem ao acampamento. Nenhuma palavra foi trocada por eles durante toda a viagem, mas sua cumplicidade, entretanto, parecia ter sido reforçada independente disto...

Ao mesmo tempo, Kulilin e #18 também aproveitavam o pôr do sol. Ambos sentados lado a lado sobre a grama verde, também acompanharam a estrela desaparecer atrás do horizonte rochoso. #18 apoiou a cabeça no ombro de Kulilin, que corou com o gesto inesperado. Atravessando seus dedos sob seus cabelos loiros, ele deu-lhe um beijo na testa, impelido por sua súbita ternura, quando de repente...

— Spike, espera!! — Goten gritou para seu lagarto enquanto ele corria atrás dele como um coelho, Marron nas costas do animal.

O lagarto saltou sobre o casal languido, passando sobre suas cabeças. Goten e Trunks fizeram o mesmo, seguindo-o.

— Mamãe!! Papai!! — Marron gritou ao avistar os pais.

Saltando das costas do animal esta se apressou para abraçar o casal. #18, visivelmente irritada mas ainda compreensiva, ergueu a filha nos braços e, junto de Kulilin, voaram em direção ao acampamento. Durante a travessia, eles encontraram-se com Gohan e Videl, que estavam de mãos dadas em voo. Ambos sorriram para o casal. Os dois diminuíram o ritmo para o deles, que foi acompanhado por uma tentativa de Gohan de puxar assunto.

— Este planeta é realmente lindo, não é? — disse Gohan com um sorriso bobo.

— Sim... Os campos verdes, as árvores, o céu imaculado... — respondeu Videl carregando do mesmo sorriso.

— Concordo, um lugar muito bom para se ter à primeira vez. — comentou #18.

Os jovens coraram como tomates enquanto Kulilin olhou em choque para o comentário de sua esposa, surpreso com sua falta de vergonha.

— O que você quer dizer com primeira vez, mamãe? — perguntou a pequena em seus braços, profundamente curiosa.

— Você vai entender quando tiver seus quinze anos, minha querida.

— Quinze anos?! — protestou o pai da mesma. — Quando tiver vinte e cinco, talvez!

Gohan e Videl riram da atitude superprotetora de Kuririn. Cinco minutos depois, todos já estavam de volta no acampamento. Lá, encontraram Vegetto e Chichi rindo juntos. Gohan sorriu com a cena, feliz porque, apesar do relacionamento oficial de Bulma e Vegetto, sua mãe e seu pai ainda se davam bem. Bulma chegou algum tempo depois, não perdendo tempo em acionar os robôs que havia posicionado do lado de fora para recarregar suas baterias, dado que estes eram alimentados por energia solar. Ela apertou um pequeno botão um pouco escondido na placa superior do primeiro. Um "bipe" seguiu-se da máquina, que, entre barulhos artificiais de motor, ergueu-se a vinte metros do solo, antes de seguir seu caminho diagonalmente para o norte. Bulma sorriu contente, carregando a mesma impressão ao encarar os outros. Cinco minutos depois, as outras seis máquinas haviam sido ligadas e já haviam partido em direções diferentes. Bulma se esticou e depois disse, presunçosa:

— Agora, minhas criações magníficas farão o trabalho duro, elas irão retornar quando tudo estiver feito e imprimirão um relatório geral. Enquanto elas o fazem, podemos descansar!

— E quando vai ser isso? — Gohan perguntou.

— Tudo depende do quão grande é este planeta.

O grupo assentiu com a cabeça antes de retornarem a seus aposentos desejando aproveitar o merecido descanso.

Espreguiçando-se, Bulma segurava uma xícara de café com a mão direita enquanto deleitava-se com o frescor matinal proporcionado pela ambientação do planeta. No horizonte, o sol começava a espalhar seus raios inicialmente alaranjados pela paisagem. Bulma estreitou os olhos e franziu a testa, deslumbrada enquanto acompanhava o nascer da estrela. Mas, ela virou suas costas para a cena. Não que ela não fosse fã do nascer do sol, mas seus olhos cansados não aguentavam todo o brilho que este emitia. Ela bocejou e depois espreguiçou-se novamente, tomando um gole de café ao fazê-lo. O gole foi seguido por uma careta que distorceu suas feições. A bebida estava muito forte e longe de estar doce o suficiente. Ela estava prestes a ir pegar um pouco de leite e açúcar quando teve sua atenção tomada por um barulho familiar. Apurando seus ouvidos, ela escutou melhor: um pequeno, porém constante, "bipe" se aproximava aos poucos do acampamento. Ela se virou e ficou de cara com seus seis robôs. As máquinas descansaram sobre a superfície outra vez mais e começaram todas, ao mesmo tempo, a imprimir os dados contabilizados. Bulma pegou os papéis e os folheou com um sorriso nos lábios. Ela terminou sua bebida de uma só vez e entrou para pegar uma enorme placa de cortiça que abriu e desdobrou do lado de fora. Nela, ela fixou as seis folhas lado a lado com alfinetes. Depois de concluído o enorme quebra-cabeça, ela leu a informação impressa neste: cada uma das folhas tinha setenta centímetros por trinta e cinco, e uma pequena indicação da cartografia que em cada centímetro equivalia a cem quilômetros, portanto o diâmetro do planeta era vinte mil quilômetros, ou metade da Terra. Apenas um enorme continente fazia sua superfície, ele era 57% água e 43% terra, sem a presença de nenhum deserto seco. Na terra, 41% de sua extensão era floresta, 24% montanhas e todo o resto era composto de colinas ou de vales, o que como um todo era algo bem positivo para a agricultura! Havia uma quantidade considerável de rios espalhados pelo mundo, o que a fez sorrir de alívio: a parte de irrigar os campos seria devidamente facilitada. Desenhando sobre o mapa, ela dividiu a área cultivável em duas e perdeu algumas horas posicionando pontos de referência sobre o mesmo. No meio tempo, um súbito barulho atrás de si chamou sua atenção. Quando ela se virou, Bulma encontrou Vegetto encarando o mapa com um olhar curioso.

— Então é assim que ele é... — murmurou, claramente pensativo.

— Ah, sim! Este é o seu planeta. Além disso, será seu trabalho nomear as diferentes partes deste planeta para que possamos nos orientar melhor.

Vegetto assentiu, seu foco ainda sobre o mapa. Analisando-o por mais alguns segundos, ele respirou fundo:

— Vai dar um trabalhão...

— É, com toda certeza. Mas você é um saiyajin, vocês são muito bons com nomes. Tenho certeza de que você não terá problemas.

Vegetto coçou a nuca, sentando-se e pegando uma caneta, ele começou a escrever nas folhas:

— Certo, vou conectar os marcadores que você já pôs sobre o mapa... Digamos que se eu dividir assim teremos ao todo seis áreas delimitadas no total. Vou chamá-las de... Porunga, Shenlong, Karin, Dendê, Popo e Piccolo.

Bulma riu da originalidade do saiyajin.

— Eh... desculpe, minha imaginação é bem limitada. — ele suspirou. — Partindo para essas áreas menores, vou chamar esta floresta grande aqui de Gohan, as menores ao seu redor serão Trunks, Goten e Kuririn... Quanto ao oceano, bom, considerando que só tem um, creio que não terá problema apenas chamá-lo de oceano... Esse grande vale vai ser Chichi e esse aqui será Bulma...

— Bem, restam duas grandes montanhas. — Bulma disse, apontando-as no mapa. — E então esse planeta será oficialmente seu.

— Vamos chamá-las de Goku e Vegeta. Simples.

— Você não acha que deveria visitá-las antes de nomeá-las disso...? — Bulma perguntou, receosa com a nomeclatura.

— Não, não tem necessidade. Com isso já vamos ter um nome para cada localização, é um bom começo.

— Como você é preguiçoso...

Vegetto sorriu charmosamente para ela, soltando a caneta enquanto o fazia.

Algumas horas depois, todos já estavam acordados, vestidos e prontos para o dia de trabalho.

— Certo, vamos recapitular uma última vez. — Bulma declarou em voz alta, posicionando um papel sobre a mesa em que o grupo rodeava. — Gohan, Videl, Trunks, Goten, Kuririn e Vegetto, vocês irão posicionar os marcadores que dei-lhes nos pontos indicados neste mapa. Todos estão com o seu?

As seis figuras assentiram. Goten, ainda meio perdido, questionou:

— Mas... Qual o sentido disso tudo?

— Eu já expliquei pelo menos três vezes...! — Bulma respirou fundo, buscando manter a calma.

— Nós vamos separar o continente em diferente partes, vai ser como se estivéssemos fazendo o contorno de um desenho. — Trunks explicou ao amigo.

Goten abriu a boca, fazendo uma cara de quem finalmente havia entendido tudo aquilo. Assim que este virou-se novamente para Bulma, agora visivelmente acompanhando o andamento do assunto, esta continuou:

— Então, depois que tudo estiver concluído reunam-se todos aqui outra vez. Quando o fizerem, darei-lhes a próxima tarefa.

Todos assentiram e logo tomaram voo em suas respectivas direções. Assim que todos haviam desaparecido de vista, Chichi respirou fundo, substituindo sua feição imediatamente por um sorriso relaxado:

— Ah, finalmente, estamos só entre mulheres...

A verdade é que com exceção de Videl, todo o restante das mulheres, Chichi, Bulma, #18 e sua filha, permaneceram no acampamento. Chichi então pegou uma garrafa térmica que carregava consigo e apressou-se para encher três xícaras de chá — ainda fumegante. Como Marron ainda não estava acordada, as três estavam decididas em aproveitar este momento para relaxar! Bulma e Chichi rapidamente monopolizaram a conversa, dado que #18 era naturalmente mais taciturna. De assunto em assunto, de fofoca em fofoca, as três mulheres debateram diferentes assuntos de suas vidas familiares:

— ... e então Trunks quebrou-o completamente! Juro! Aquele era meu favorito! — Bulma disse, indignada.

Chichi balançou a cabeça em desaprovação, incrédula com tanta falta de jeito enquanto #18 tomava outro gole de seu chá.

— Acho que também não te contei a última que o Gohan aprontou! Ultimamente, ao tentar abrir as maçanetas dentro de casa, ele tem acabando esmagando-as completamente! Eu não tenho dinheiro para comprar alças novas dia sim, dia não!

Agora foi a vez de Bulma balançar a cabeça enquanto #18 permanecia tomando seu chá. Silenciosamente, a ciborgue observou a conversa das duas mulheres, sem compreender muito a razão desta. Na verdade, desde que sofreu as alterações em seu corpo, ela sempre sentiu-se a anos-luz de distância desse padrão feminino, que consistia em uma única coisa: contar a história de vida de cada uma enquanto compartilham algum tipo de bebida quente. Ela já não sentia mais prazer nessas pequenas coisas, nessas esparsas conversas com fofocas que parecem ter saído diretamente do programa "Fofocas de Satan City". Em momentos como aquele, nada mais passava pela cabeça da ciborgue do que fugir para o mais longe dali, na velocidade mais alta que ela pudesse atingir. Somente sua gratidão com Bulma, aquela que ainda permitiu-a ter sua filha mesmo com suas modificações, a levou a permanecer ali, aquiescendo um meio sorriso em seus lábios. Quando Bulma finalmente parecia chegar ao fim de suas reclamações referentes aos hábitos de Trunks, a última referente ao de deixar suas meias sujas espalhadas por todo lado, #18 deu o último gole de sua xícara de chá. O líquido queimou levemente sua garganta quando ela o fez.

Gohan, com os olhos grudados no mapa que carregava em suas mãos, parou de repente para verificar seus arredores. Aquele era o lugar; ele tinha certeza disso. Descendendo até atingir o chão, ele retirou o dispositivo que Bulma havia lhe dado uma hora antes e posicionou-o sobre o local delimitado. Assim que teve certeza de que o marcador estava firmemente cravado no chão, ele partiu em direção ao acampamento novamente. O vento açoitando seu rosto deu-lhe uma sensação de bem-estar tão grande que ele acelerou seu ritmo em um impulso, querendo intensificar aquela sensação agradável. Voar era algo que Gohan sempre adorou fazer; toda vez que o fazia, ele se divertia. Contudo, tomado por um súbito desejo de solidão que cortou a sensação que o fazia sorrir, ele desceu até à sombra de uma enorme árvore na beirada de um rio, localizado não muito longe do local pelo qual sobrevoava, na encosta de uma montanha. A sensação ali era um clima mais frio, proporcionado pelas águas. Abraçado pelo som da vida selvagem que o cercava, ele fechou os olhos, pronto para descansar, apenas para ter sua tentativa interrompida por som de passos humanos:

— Então, meu filho, dando uma pausa?

— Pode se juntar a mim se quiser... Um bom descanso ajuda muito para o bem-estar, tenho certeza de que você sabe disso cem vezes mais que eu.

Vegetto deitou-se ao lado do filho sem dizer mais nada, fazendo-o companhia. Um longo e pacífico silêncio ocorreu entre os dois parentes. Do tipo resultante não de constrangimento, mas da serenidade do local em que estavam, justificado muito pela forma que aqueles que o aproveitavam estavam de mente, do tipo que fala muito mais do que infinitas palavras em sequência. Vegetto, contudo, foi o primeiro a quebrar tal silêncio:

— Gohan, como estão as coisas com a Videl?

— ... Por que você está me perguntando isso do nada? — respondeu-o com outra pergunta, claramente sem jeito.

— Porque me parece um assunto bastante sério... Você sabe como foi com sua mãe, certo?

Gohan sorriu ao se lembrar das histórias que Chichi lhe contara, envolvendo os torneios seguido pelo casamento, que logo deu-se em sua repentina vinda ao mundo... Mas uma pergunta em específico ainda deixava-o curioso. Uma pergunta que já vinha pensando desde antes, mas que ainda não tinha tido a audácia de perguntar:

— Seguindo nesse raciocínio, você poderia tirar uma dúvida? Melhor dizendo, um mistério que eu ainda não resolvi.

— Posso tentar...

— Como Vegeta e Bulma acabaram... sabe, juntos?

Vegetto coçou a nuca, buscando a resposta em suas memórias embaralhadas. Considerando tudo, dizer a verdade talvez seja a melhor opção. Respirando fundo, ele disse, começando a história:

— Bem, como você já deve suspeitar, não foi bem amor à primeira vista... Na verdade, você certamente sabe que Vegeta por si só era muito menos inocente que Goku. Suas maneiras de pensar e ver o mundo não podiam ser mais distintas... — Gohan assentiu com um pequeno sorriso, compreendendo, de certo modo, aonde ele queria chegar. — E então, quando viu-se sozinho com Bulma, já fazia um tempo que ele já não... Como posso dizer isso...? — rindo, Gohan expôs uma careta para quebrar o clima e mostrar que já tinha compreendido o que seu pai queria-lhe dizer. — Enquanto a Bulma, ela havia acabado de se separar de Yamcha novamente e estava, de forma questionável devo adicionar, começando a ver um charme único nele que ninguém mais viu. Isso era algo óbvio a ele, dado que ele veio a ser capaz de sentir esse tipo de coisa. Chame de sexto sentido ou do que quiser, mas ele sempre foi capaz de identificar facilmente as intenções do outro quanto a si próprio. E então, aconteceu. Mas não pense que foi completamente desprovido de sentimento. Para falar a verdade, naquele momento ele já estava começando a descobrir que sentia algo quanto a Bulma. E então aconteceu outra vez, depois outras duas... E assim por diante. Ambos encontraram o que queriam de tudo aquilo: prazer carnal. Mas logo algo surgiu disto. Bulma assumiu total responsabilidade, dada sua atitude independente, mas quanto a Vegeta... Não posso dizer o mesmo dele. Ele encontrava-se extremamente frustrado por não ter atingido o estado de super saiyajin, algo que somou-se com a sensação que surgia dentro de si de que estava criando algum tipo de dependência de Bulma. Claro, ele quis parar tudo aquilo abruptamente. Era a maneira dele de lidar com todo tipo de coisa. — uma memória distante surgiu na mente de Gohan, quando seu pai contou-lhe que, frustrado, durante seu primeiro embate Vegeta decidiu-se em destruir o planeta. — Quando Bulma compartilhou a ele que estava grávida, ele simplesmente foi embora, buscando deixar tudo aquilo para trás.

— Para ser bem honesto, é bem diferente do que eu esperava ouvir... — Gohan disse, visivelmente atordoado, um pouco intrigado com a história. — Mas, por favor, continue.

— Depois disso, quando ele voltou, havia a ameaça dos ciborgues, seguida pela de Cell... E, quando tudo se acalmou, ele decidiu ficar. Toda a situação fez com que ele tomasse consciência de suas próprias ações e decidisse voltar para o único local do universo que ele podia chamar de casa, buscando cuidar de sua recém-formada família, mas principalmente buscando se aproximar novamente de Bulma, a quem ele nunca foi capaz de tirar da cabeça.

Gohan piscou os olhos algumas vezes, processando tudo que lhe foi dito. Todas as revelações eram mais que suficientes para deixá-lo com uma baita dor de cabeça! Depois de alguns segundos em silêncio, Vegetto disse:

— É melhor voltarmos, se não logo todos vão começar a se perguntar onde estivemos durante esse tempo...

Gohan assentiu e então se levantou, seguido de seu pai. Então, ambos voaram de volta, sem trocarem nem que seja mais uma palavra sequer.

Desenhado por:

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