DB Multiverse

Capítulo 74

Traduzido por Virgílio212

Com o passar das horas, vários grupos foram indo para a cama. Faltavam apenas oito horas para a volta do torneio, e todos precisavam descansar. No entanto, alguns chegariam tarde para dormir. Os universos 12, 16 e 18 continuaram a conversar, e a família Cold havia retornado para seu espaço, mas na verdade não tinha intenção de descansar agora. Todos os membros do espaço 2 estavam agora fazendo uma festinha em homenagem aos seus membros ainda no torneio: Arale e Nékomajin. Eles estavam bebendo, cantando e rindo alto. Ao lado deles, os Kaioh-shins se reuniram entre si, para discutir mais uma vez, o torneio e todas as regalias, enquanto acima deles flutuavam dois namekuseijins, olhos fechados e braços cruzados. Eles levitavam silenciosamente, como se estivessem se apoiando no ar. Claro, eles não estavam realmente dormindo. Eles estavam prestando muita atenção ao ambiente, e sua audição excepcional poderia ser muito útil para talvez recolher uma ou duas informações interessantes.

Outro namekuseijin retornou para seu espaço depois de ter bebido grandes quantidades de água. Ele havia observado por muito tempo vários grupos onde avistara pessoas que conhecia, ou tinha conhecido. Havia em particular este Vegeta presente em duas versões agora. Mas um deles, o do Universo 18, parecia ser uma pessoa bem diferente daquele que ele conheceu há muito tempo. Ao mesmo tempo, ele conheceu junto de Vegeta outro cara, um alienígena chamado Kiwi. Este último estava presente no Universo 8, como um capanga desse ser maligno que ele havia matado ao custo de um terrível sacrifício. Um sacrifício que agora esperava desfazer vencendo o torneio e realizando seu desejo.

Gast caminhou lentamente para um dos quartos de seu espaço, lembrando-se daquele tempo que foi um verdadeiro ponto de mudança para seu povo...

Naquela época, a vida em Namekusei era pacífica. Qualquer ser no universo poderia ter passado sua aposentadoria lá sem se preocupar com nada além de seu bem-estar. Namekusei era um verdadeiro paraíso tranquilo, um refúgio de paz que sucedeu um evento cataclísmico, onde muitos namekuseijins morreram ou até fugiram para outro planeta...

A população de namekuseijins neste planeta era muito baixa, mas era o suficiente para que seu povo não morresse. Eles trabalharam a terra para cultivar árvores e vegetais, a fim de transformar gradualmente este novo planeta e torná-lo como antes.

Era raro os namekuseijins receberem visitantes, mesmo sendo relativamente conhecidos no universo, eles sempre mantiveram um perfil discreto e não se espalharam pela galáxia. Você tinha que ser um arqueólogo ou arquivador de Freeza para obter as coordenadas desse planeta. Era ainda mais raro receber uma visita inesperada. Naquele dia, uma nave entrou na atmosfera do planeta verde e pousou não muito longe de uma das aldeias. A bordo, um tirano governante de parte do universo que sempre quis mais poder. Ele veio pelas Esferas do Dragão, ele veio pela imortalidade. Seus habitantes estavam condenados.

Gast lembrava-se vividamente de cada encontro com o tirano. Quando era apenas Nail, ficou na companhia do Grande Patriarca, que foi obrigado a assistir tudo acontecer pelo planeta. Ele tinha visto um grupo de namekuseijins ir de encontro com o tirano, e rapidamente ele os sentiu morrer um por um. Ele sentiu o medo de seus filhos quando Freeza e seu exército chegaram na primeira aldeia. Ele sentiu a dor deles quando vários de seus filhos foram brutalmente mortos, simplesmente porque eles não queriam dar a eles sua Esfera do Dragão.

O Patriarca permaneceu se questionando, enquanto o demônio se movia para a próxima aldeia. Tal crueldade era inevitável. Mesmo que os aldeões atendessem ao pedido do demônio, eles estavam condenados. Como chefe, pai de todos os namekuseijins, ele tinha que tomar uma decisão. Com dificuldades, ele conseguiu abrir os olhos para olhar seu filho mais poderoso, Nail. Algo que ele não fazia há muito tempo. Nail era sua única esperança.

Fechando os olhos, o Grande Patriarca dirigiu-se ao filho:

— A vida de nossos companheiros estão sendo perdidas... Nail... Um monstro terrível veio ao nosso lar...

Ele não respondeu. Ele havia sentido o poder daquela criatura terrível.

— Eu tomei minha decisão. Eu hesitei muito, mas acho que é a única maneira de nos salvar... Nail... você deve lutar contra ele... mas não sozinho. Você deve ficar com o meu poder.

Os olhos do guerreiro se arregalaram de espanto. Ele sabia muito bem o que isso significava.

— O que esta dizendo? Você quer se sacrificar?

— Eu já não tenho muito mais tempo de vida, pelo menos serei útil...

— Não diga isso! Tem de haver outro jeito!

— Tem. Sempre há. Mas nenhum que garantirá a segurança de nosso povo. Quem sabe, em outra realidade, um viajante de muito longe viria para nos salvar. Mas agora, eu escolhi agir.

— Grande Patriarca, eu não posso fazer isso!

— Por que não? Em ti viverei muito mais... E juntos poderemos salvar o nosso povo.

— Eu vou enfrentá-lo, mas sozinho. É meu dever.

— E então você morrerá em vão... Nail... Sua missão é proteger a todos nós... Aproxime-se, meu filho...

Nail hesitou, mas se aproximou.

— Aceite este presente e com ele você salvará a todos nós.

Nail deixou o Grande Patriarca descansar a mão sobre sua cabeça. Lágrimas começaram a escorrer por seu rosto quando, em poucos segundos, seu pai desapareceu de seu trono para se tornar nada mais que energia e conhecimento absoluto que logo percorreram todo o seu ser, todo o seu corpo, toda a sua alma.

Através dessa fusão, Nail se tornou mais poderoso, seu corpo se transformou levemente. Ele ganhou poder, mas perdeu algo mais importante: o Grande Patriarca não existia mais, as Esferas do Dragão agora eram inutilizáveis. Afinal, o Grande Nail era um lutador.

Suas lágrimas haviam secado, e após alguns segundos de meditação, olhos fechados, parado em frente ao trono, ele saiu da construção e voou rapidamente em direção à segunda aldeia, que o exército de Freeza já estava saqueando.

O chefe da aldeia estava machucado. Ele foi um dos poucos sobrevivente do massacre que durou apenas alguns minutos. Ele havia sido procurado em sua casa pelo objeto que Freeza queria: a Esfera do Dragão de cinco estrelas.

Aproximando-se do terrível imperador, resignado, disse-lhe:

— Você pode ficar com ela... Mesmo com todas as Esferas do Dragão, você nunca realizará seu desejo...

Quando Dodoria se aproximou para pegá-la, um clarão luminoso saiu dela. Quando ele pôde ver novamente, a Esfera do Dragão havia perdido sua beleza. Agora era uma simples pedra redonda.

— O que você fez? Você acha que está me impedindo de ter meu desejo assim? — Freeza gritou de seu veículo.

— Mestre, parece que todas as esferas mudaram! — o belo Zarbon interveio.

— Não...

O chefe da aldeia caiu de joelhos, a Esfera do Dragão em suas mãos.

— O Grande Patriarca... nos deixou...

— Cesse seus truques imediatamente!

— Você não entende! — conseguiu gritar enquanto chorava o velho Namekuseijin que, pela primeira vez, olhou Lorde Freeza nos olhos. — Acabou, não há mais Esferas do Dragão! Você nunca vai conseguir o seu desejo!

— Muito bem, vamos matar os últimos aldeões um por um, diante de seus olhos. Vamos ver se você muda de ideia!

O namekuseijin não se moveu. Ele abaixou a cabeça. Ele não se importava com o que aconteceria com ele agora. Além de que ele não tinha poder para parar esse monstro.

Dodoria já estava se aproximando dele. Iria bater nele até que ele fizesse alguma coisa? Seja o que for... para o chefe da aldeia, sua vida estava terminando agora. A criatura rosa agarrou seu pescoço e apertou com força com seus três dedos. Ele estava sorrindo. De repente, um bipe soou de seu estranho dispositivo em seu olho esquerdo. Ele o soltou e se virou. Alguém poderoso estava se aproximando rapidamente, e logo chegou.

Nail pousou no centro da aldeia, depois caminhou até o corpo inerte de um de seus irmãos, ou filhos. Ele era um guerreiro, assim como ele. Teve que tentar em vão defender sua aldeia... Se ele tivesse aceitado o presente do Grande Patriarca mais cedo, talvez tivesse chegado a tempo.

Ao redor dele, vários soldados da tropa em Freeza se aproximaram, armas no punho, prontos para atirar. O Grande Nail cerrou os dentes e sentiu raiva. Ele cerrou os punhos e atacou os soldados mais próximos, matando-os com um único golpe. Os lacaios mais distantes puderam ver seu poder medido em seus rastreadores e se assustaram imediatamente. Muitos tentaram fugir. Nail voou, ganhou altura e liberou vários raios de energia que rapidamente alcançaram os fugitivos para explodi-los, vaporizá-los até que até a poeira desaparecesse.

— Como vocês ousam matar meus filhos! — ele gritou, voltando-se para Freeza e seu guarda-costas.

— Bem, este é mais forte que os outros... Eu cuido disso, Mestre Freeza! — Dodoria disse com orgulho, esticando o braço em direção ao céu, em direção ao novo Patriarca que Nail havia se tornado.

O último cerrou os punhos novamente e deixou sua força fluir. Sob seus pés, todos os aparelhos que podiam medir a força de um indivíduo explodiram, ferindo os olhos de algumas criaturas. Dodoria não teve tempo de ver o quão forte era o namekuseijin que estava flutuando acima de sua cabeça. Assim como ele não viu o ataque que perfurou seu coração, depois de perfurar sua armadura.

Com a boca sangrando, Dodoria sentiu sua força se esvair quando caiu para trás.

— Ele matou Dodoria tão facilmente... Sua força deve ser superior a das forças especiais Ginyu! — Zarbon disse ao lado de Freeza.

O guerreiro de cabelos verdes sabia que agora ele seria inútil, estaria condenado se seu senhor não o ajudasse. Sua fala também servia para isso: fazer Freeza perceber que ele teria que lutar. Mas em vez disso, Freeza disse:

— Extraordinário, realmente extraordinário. Você gostaria de fazer parte do meu exército de elite?

— Vão embora imediatamente... — retrucou o namekuseijin. — Caso contrário, eu vou matar vocês também.

Freeza levitou para fora de seu veículo.

— Incrível... Você merece uma lição. Você sabe qual é o meu poder? Ele é de...

Freeza não teve tempo de terminar sua frase. Nail tinha desaparecido do céu para aparecer de repente na sua frente e acertá-lo com um chute incrível no rosto que o fez cair a vários de distância.

Zarbon e os poucos guerreiros restantes do exército de Freeza ficaram horrorizados. Era a primeira vez que viam seu senhor levar algum dano!

— Desgraçado!

Freeza estava irritado e agora pretendia ensinar uma boa lição a este namekuseijin arrogante. Ele concentrou sua força para mudar de sua terceira forma de redução para a segunda. Sua armadura explodiu em cerca de vinte pedaços, seu peito dobrou de tamanho, seus braços tornaram-se musculosos e, finalmente, suas pernas cresceram. Seus chifres na cabeça se endireitaram.

— Você vai se arrepender de suas ações, namekuseijin estúpido!

Por um momento, os dois guerreiros ficaram cara a cara, julgando um ao outro com o olhar, então Freeza atacou, correndo em direção ao seu oponente. Nail respondeu com um ataque de energia, que não pareceu causar efeito. O Demônio do Frio se aproximou e agarrou o namekuseijin pelos braços, dando-lhe uma violenta cabeçada que quase o derrubou, seguindo com um gancho que o enviou voando para o céu. Com uma mão, Freeza enviou uma esfera de energia que atingiu o guerreiro namekuseijin e explodiu. Seu corpo, completamente chamuscado, caiu pesadamente no chão. Uma grande ferida em seu peito era prova óbvia de sua morte. Embora conhecidos por sua resistência, os outros namekuseijins morreram por muito menos que isso.

Freeza abriu um sorriso. Estava feito. Ele se voltou para o resto de seu exército. Zarbon pegou a segunda Esfera do Dragão de Pedra.

— Vamos encontrar as outras Esferas do Dragão. Se eles não as consertarem, eu destruirei este planeta estúpido!

Eles voaram para o local de outra aldeia, deixando ali o único sobrevivente dessa batalha. O chefe da aldeia levantou-se e, sem pensar, dirigiu-se ao local onde deveria estar o corpo de Nail.

Quando o sobrevivente da aldeia devastada chegou ao local, ele o encontrou sentado olhando para suas mãos.

— Nail, é você? Você ainda está vivo?

— Minha regeneração melhorou muito... — ele respirou antes de se levantar.

Ele tinha sido orgulhoso. Dotado de um poder nunca visto antes, ele se acreditou poderoso o suficiente para derrotar qualquer um. Mas ele estava errado. Ele havia sido derrotado e, se ainda estava vivo, era apenas por muita sorte. Um erro que seu oponente provavelmente não cometeria novamente.

Nail se aproximou e colocou a mão no ombro do velho namekuseijin:

— Sinto muito meu filho... Pensávamos que poderíamos repelir o invasor, mas sua força superou nossa estimativa...

— Grande Patriarca? Você esta com Nail? Então nem tudo está perdido, este é apenas o começo!

O Grande Nail olhou para o filho sem entender de imediato.

— Fique meu poder. Assim como os dos outros. Estamos todos prontos para viver em Nail se for para derrotar esse demônio.

— O quê? Não... Não podemos fazer isso...

Quanto sacrifício ainda era necessário?

— Melhor que todos nós vivamos em um só namekuseijin ao invés de morrermos um por um!

Mais uma vez, Nail teve que admitir que lhe diziam a verdade, o óbvio. Ele havia perdido a luta e, se nada fosse feito, todos morreriam. Além disso, a força de Freeza superou as estimativas do Patriarca, mudando sua forma ele se tornou muito mais poderoso. Quem sabe se ele não estava escondendo uma força ainda pior? Eles tinham que fazer alguma coisa.

O ex-chefe da aldeia agarrou sua túnica e rasgou-a. O Grande Nail colocou a mão no peito do filho de forma relutante. Em um último sorriso, ele desapareceu para se tornar parte de Nail.

Ele sentiu sua essência, sua força vital, tornando-se um com ele, mas também as memórias de uma vida inteira se fundindo com a sua, se fundindo em uma, desaparecendo em uma pequena parte de uma unidade.

Uma vez feito, Nail voou e rapidamente se dirigiu a cada uma das aldeias do planeta. Ele já tinha em mente um discurso a fazer a cada membro de seu povo e uma proposta para cada um.